Oito mineiros presos há 32 dias em mina no Burkina Faso continuam por localizar
O Governo do Burkina Faso informou hoje as famílias dos oito mineiros presos durante 32 dias, após as inundações numa mina de zinco no centro do país, que não há ninguém no local onde se esperava que estivessem abrigados.
"As equipas de resgate que desceram para a mina abriram a câmara de refúgio que, infelizmente, está vazia", informou o Serviço de Informação do Governo do Burkina (GIS), na sua conta da rede social Facebook.
"Tudo indica que os mineiros não conseguiram chegar à câmara de refúgio no momento da inundação e a busca continua", acrescentou, observando que o comité de gestão de crises está em consulta de emergência e o Governo está a acompanhar de perto as operações em curso no terreno.
A equipa de resgate tinha descido esta manhã para abrir a porta do abrigo da mina, que foi bloqueada pela lama, depois de mais de 40 milhões de litros de água terem sido retirados nos dias anteriores.
Na segunda-feira, o tenente Stéphane Sidi Nana, da Brigada Nacional de Bombeiros, informou que, após um mergulho, puderam verificar que a câmara onde os mineiros podiam ser encontrados não estava inundada, mas não puderam ver se havia alguém no interior.
De acordo com a equipa de salvamento, a câmara de refúgio que manteve as últimas esperanças das famílias dos mineiros situa-se a cerca de 7,3 metros, mas a distância real é de 60 metros de galerias, que também foram inundadas.
No domingo, o diretor da mina Hein Frein disse aos repórteres que "o sistema de ventilação na sala onde os trabalhadores poderiam estar ainda funciona normalmente", mas reconheceu que era "difícil" conhecer o estado atual dos trabalhadores e a galeria em que se encontravam.
Do mesmo modo, numa conferência de imprensa na segunda-feira, o diretor regional de água e saneamento, Boukaré Sabo, disse não saber "a localização exata destas pessoas, mas, de acordo com as explicações dos funcionários das minas, quando ocorre um incidente, todos os trabalhadores vão para estas salas para se proteger".
Os oito mineiros - um tanzaniano, um zambiano e seis burquinabês - ficaram presos a 16 de abril, depois de chuvas torrenciais terem caído na área e inundado a mina de zinco na cidade de Perkoa, no centro do Burkina Faso.
Desde então, as autoridades do Burkina Faso, em colaboração com os gestores desta mina de zinco, propriedade de uma empresa mineira sediada no Canadá (Trevali Mining Corp), têm vindo a trabalhar para salvar os mineiros.
Além disso, em 01 de maio, o Governo anunciou o início de uma investigação judicial para esclarecer os pormenores deste incidente e proibiu os responsáveis pela mina de saírem do país como medida de precaução.