Rússia entre os clientes internacionais de empresa de informática madeirense
INSC admite “parar” de prestar serviço à empresa russa
A empresa madeirense INSC – Informática, Serviços e Consultoria Lda. continua a prestar serviços a vários clientes internacionais que já abandonaram o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), entre os quais, uma empresa da Rússia. A revelação foi feita hoje por Filipe Correia, um dos sócios-gerentes da INSC, durante a visita do presidente do Governo Regional à empresa sedeada no Funchal, no âmbito da iniciativa roteiro de economia.
A revelação surgiu depois de Lino Nóbrega, o outro sócio-gerente da empresa, ter dado conta que tem clientes em todo o país, Açores inclusive, mas também “há clientes internacionais que estavam aqui na Madeira, no Centro Internacional de Negócios, que saíram do CINM, mas que continuaram a trabalhar connosco”, referindo países como Angola e Moçambique, mas também, complementou Filipe Correia, “há clientes na Rússia… que vão parar”, disse. “Esta parte não era para dizer”, reagiu Lino, embaraçado com a indiscrição do sócio enquanto o presidente do Governo Regional soltava um “muito bem”. Miguel Albuquerque fez questão de atenção dos empresários para salientar que estes deviam “ter dito que os principais prejudicados são quem tem as empresas. Sou um servidor da Respública, mas quem se lixa é a malta nova que trabalha nessas empresas e vocês (empresários) que precisam de ter empresas internacionais”, ripostou.
Sanado o ‘incidente’ ficou-se também a saber que a pandemia não teve impacto no decréscimo do volume de negócios da INSC – facturou em 2019 cerca de 1 milhão de euros e no ano seguinte aumentou para 1,1 milhões de euros -, mas “teve impacto no atrasar de alguns projectos”. “O objectivo este ano é nós crescermos mais um pouco, provavelmente para 1,2 milhões de euros”, perspectivou Lino Nóbrega.
Com 20 trabalhadores e seis estagiários, o maior desafio da INSC, que completa ainda este mês 30 anos de existência, “é fazer mais 30 anos” e “dar continuidade às soluções proprietárias” que desenvolve “integradas com outras soluções de mercado”, soluções “muito focadas no mercado empresarial” que procuram responder à flexibilidade e polivalência que as empresas procuram.
Responsável pela instalação de dois projectos ‘sala do futuro’ – no Liceu Jaime Moniz e na UMa -, para a INSC a Educação é também “uma área muito importante. É uma área em que fizemos um grande investimento em 2019”, apontou.
Lino Nóbrega aproveitou a presença de Miguel Albuquerque para pedir “meio milhão de euros” de “apoio” à desejada “internacionalização” dos produtos que desenvolve, porque a Madeira “é um mercado pequeno” ou mesmo “bastante pequeno”. Ainda assim é “um mercado interessante para nós testarmos as nossas soluções”, o problema é que “sem escala, acaba por não passar do sonho” e “a escala só se faz saindo daqui (Madeira)”, concluiu.
Fundada no final de Maio de 1992 – está prestes a completar 30 anos - a INSC, empresa de Informática, Serviços e Consultadoria foi criada fruto de uma parceria entre vários colegas com passado em comum, tanto no âmbito escolar como profissional. Formada na altura por um grupo de jovens com espírito empreendedor e vontade de inovar no método de trabalho em relação às demais empresas então consolidadas no mercado, a INSC teve um início promissor ao conquistar os primeiros clientes. Carinhosamente apelidada de “INSC Instituto Nacional de Salvação dos Computadores”, viria a enfrentar alguns desafios, que proporcionaram readaptações na equipa e consolidaram o espírito competitivo dos sócios-gerentes, Filipe Correia e Lino Nóbrega.