Novos episódios de violência em Jerusalém após funeral de jovem palestiniano
As forças policiais israelitas dispararam esta segunda-feira gás lacrimogéneo e balas de borracha, enquanto tentava dispersar manifestantes palestinianos, que atiraram pedras após o funeral de um jovem que morreu durante confrontos com a polícia no mês passado.
Segundo as autoridades israelitas, pelo menos seis polícias ficaram feridos, enquanto fontes dos palestinianos relataram 71 feridos nos confrontos desta segunda-feira.
Centenas de pessoas participaram nas cerimónias fúnebres de Waleed Shareef, que foi declarado morto no sábado após ter sofrido ferimentos graves na cabeça em 22 de abril, após a polícia israelita ter disparado balas de borracha contra manifestantes palestinianos que atiravam pedras no local sagrado de Jerusalém.
O corpo de Shareef foi transportado esta segunda-feira para orações na Mesquita de Al Aqsa, antes de seguir para um cemitério fora da Cidade Velha.
A polícia israelita referiu que os manifestantes atiraram pedras, paus e fogo de artificio contra as forças de segurança, divulgando vídeos dos incidentes.
A força policial usou "mão firme" para deter a violência que "transformou um funeral numa demonstração de violência fora do controlo".
Segundo a organização Crescente Vermelho na Palestina, 71 palestinianos ficaram feridos devido a balas de borracha e carga policial.
Destas, 13 pessoas necessitaram de tratamento hospitalar, incluindo duas com ferimentos nos olhos, acrescentou.
Já a polícia relatou que seis agentes ficaram feridos e 20 palestinianos foram detidos, incluindo cinco pessoas suspeitas de uma tentativa de atropelamento e fuga.
A violência ocorre poucos dias depois da polícia ter empurrado e atuado sobre pessoas que participavam no funeral de Shireen Abu Akleh em Jerusalém, a conhecida jornalista da Al Jazeera que morreu na quarta-feira, quando realizada a cobertura sobre um ataque militar israelita na Cisjordânia ocupada.
Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra israelo-árabe dos Seis Dias, em junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Posteriormente anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional.
Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado da Palestina a que aspiram.