Criar (o) futuro (VII)
Neste mês de maio, que tem o seu início com a comemoração do Dia do Trabalhador, é essencial colocar a tónica na promoção da capacidade da economia em compaginar salários dignos, e que defendam os direitos dos trabalhadores, com a competitividade das empresas.
Só com mais e melhor emprego se atinge o presente e futuro de esperança e paz social que todos desejamos.
Numa Europa que foi celebrada a 9 de maio, marcada, neste momento, pela guerra na Ucrânia e por uma pós-pandemia que ainda tem um rasto bastante presente, um dos sinais positivos que todos queremos, para além do fim da guerra, é a melhoria constante dos indicadores económicos, nomeadamente ao nível do emprego.
E a esse nível, tanto existe a preocupação para quem está desempregado, como para quem está empregado, mas vê a inflação tirar-lhe poder de compra e deixando um sinal de interrogação perante o que o futuro lhe reserva.
Neste cenário, todas as iniciativas que venham potenciar a capacidade de empregabilidade devem ser salientadas. No que concerne à Sociohabitafunchal, E.M., através do Polo de Emprego, com a Técnica Célia Dantas, e do Gabinete de Psicologia, com a Técnica Teresa Ramalho, será desenvolvida, com início neste mês, uma Ação de Formação para a Empregabilidade, com os objetivos gerais de desenvolver nos formandos as capacidades de identificação, reflexão e avaliação dos valores pessoais e profissionais, aumentar o conhecimento sobre os programas de emprego existentes, aprofundar conhecimentos sobre técnicas de preparação para uma entrevista profissional e de gestão pessoal aquando da receção de uma proposta de emprego. Será dada ênfase às relações interpessoais, com módulos sobre trabalho em equipa, motivação no trabalho, adaptação à mudança, e gestão de conflitos, entre outros.
Dirão que é um pequeno passo face ao número de desempregados, mas nunca dar um passo é aguardar sempre pelo amanhã, e o que é urgente é o presente, é o agora.
Também ao nível da habitação, há sinais preocupantes, com a subida das taxas Euribor, aumentando os encargos das famílias, e com o fim das moratórias nos créditos, com reflexos igualmente no consumo.
Por outro lado, o aumento exponencial dos custos de construção de habitação, iniciado pela pandemia e agravado pelo conflito Rússia/Ucrânia, associado à falta de mão de obra, pode ter consequências em termos do timing de utilização das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência. Por isso, todo o esforço que for feito para aproveitamento e cumprimento das metas traçadas em termos de habitação social, mesmo que implique alargamento de prazos, é um desígnio que não pode ser descurado.
Mas nem tudo são preocupações, nem tudo são sinais negativos. Este mês também se celebra, entre outras efemérides, a Família, a Língua Portuguesa e a Liberdade de Imprensa.
Num registo pessoal, tenho a felicidade de ter uma família que é porto de abrigo nos bons e menos bons momentos da vida. Em termos mais gerais, reconheço o pilar fundamental que a família representa na nossa sociedade. Ciente desse importantíssimo papel, a Sociohabitafunchal, E.M., para além do trabalho diário nos seus centros comunitários e no acompanhamento social desenvolvido pelos técnicos junto dos inquilinos, decidiu homenagear as famílias dos conjuntos habitacionais geridos por esta empresa municipal, num projeto que alia o convívio e dinâmicas de grupo com a sensibilização e promoção do conhecimento relacionado com as questões sociais, económicas e demográficas que afetam a família, realçando a importância da família como núcleo vital da comunidade.
Quanto à liberdade de imprensa, o essencial papel da comunicação social está resumido na Declaração de Windhoek, “a liberdade, a independência e pluralismo dos media como princípios essenciais para a democracia e os direitos humanos”. Não deixa de ser positivo que Portugal ocupe, em 2022, o 7.º lugar no ranking mundial de liberdade de imprensa, onde se avaliaram 180 países.
Para terminar, celebrar a língua portuguesa é celebrar, com palavras, textos, canções, a nossa identidade e o que nos liga num fio invisível à Diáspora, que nos faz sentir algo tão nosso como a saudade.