Autópsia ao corpo de João Rendeiro marcada para amanhã
A autópsia ao ex-banqueiro português João Rendeiro vai ser feita na terça-feira, disse hoje fonte da morgue de Pinetown, subúrbios de Durban, onde vai ser realizada.
"Temos as nossas razões" para o agendamento ter sido feito para terça-feira, referiu.
Questionada sobre se tal está relacionado com a investigação à morte na prisão de Westville, a mesma fonte manteve a resposta, alegando o decorrer da investigação, acrescentando apenas: "temos de ser objetivos" no trabalho de autópsia.
A mesma fonte disse ser expectável que os procedimentos num caso como o de Rendeiro possam demorar cerca de duas horas, determinando o que causou a morte, "excluindo" outras suspeitas que a polícia tenha.
Os resultados serão depois anexados ao processo policial, em data por designar, acrescentou.
O corpo do ex-banqueiro foi reconhecido na sexta-feira pelo cônsul-honorário de Portugal em Durban, Elias de Sousa, que no sábado voltou à morgue para tratar de documentação.
João Rendeiro, de 69 anos, foi encontrado morto na quinta-feira na prisão de Westville, segundo uma nota do Departamento de Serviços Penitenciários, que excluiu o envolvimento de terceiros.
"Ele estava numa cela única quando se enforcou. Foi depois de trancado, portanto, ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele", explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.
Por seu turno, o Ministério Público sul-africano anunciou que vai manter a sessão preparatória do julgamento da extradição de João Rendeiro, agendada para dia 20, sexta-feira, para apresentar o certificado de óbito do ex-banqueiro e encerrar as diligências do processo de extradição.
O antigo presidente do BPP estava detido na África do Sul desde 11 de dezembro de 2021, após três meses de fuga à justiça portuguesa para não cumprir pena em Portugal.
João Rendeiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.