"Tem de haver uma enorme vontade política para combater o abandono escolar precoce", diz José Manuel Rodrigues
Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira sugere sete medidas para melhorar as habilitações literárias dos cidadãos.
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira apontou, hoje, os “os preços das creches e do pré-escolar”, as “propinas e os custos do ensino superior”, o “abandono escolar e o insucesso educativo” como alguns dos principais entraves à “formação integral dos cidadãos” que colocam em causa não só as “competências para o mercado de trabalho”, como também “a competitividade e produtividade da economia”.
“É sabido que as pessoas com mais habilitações são as que se integram melhor na sociedade, as que conseguem melhores empregos e as que têm melhores rendimentos”, afirmou José Manuel Rodrigues na Sessão de Encerramento do Fórum de Reflexão – A Educação e Formação de Adultos e o Contexto Europeu, que se realizou, esta tarde, no Museu de Imprensa da Madeira, em Câmara de Lobos.
O País e a Região investem somas consideráveis na Educação, à semelhança do que fazem outros países europeus. Assim, o problema não está na falta de dinheiro, mas na qualidade da sua aplicação. A falta de responsabilidade das famílias na educação dos filhos, o ensino massificado e sem tempo para atender às necessidades de aprendizagem de cada aluno, os currículos extensos e a insuficiência de cursos técnico-profissionais.
José Manuel Rodrigues, presidente da Assembleia Legislativa da Madeira
Perante esta realidade José Manuel Rodrigues refere que “tem de haver uma enorme vontade política para combater o abandono escolar precoce, uma vez que, na sua origem, estão razões económicas e culturais relacionadas com a pobreza estrutural das famílias”. Depois “importa adequar o número de alunos por turma; agora que a frequência escolar é menor, criar novos currículos alternativos, e novas estratégias de ensino para os jovens com necessidades especiais de aprendizagem”.
Uma maior aposta nos “cursos profissionais de nível secundário e de nível superior adequados às carências presentes e às necessidades futuras do mercado regional” e o aproveitamento das “boas experiências efetuadas em estabelecimentos de ensino madeirenses, que reduziram as taxas de abandono, e daí tirar as devidas ilações para toda a Região”, são outras das recomendações do Presidente do Parlamento madeirense.
Sugere, ainda, que seja dada “uma maior liberdade às escolas para apostar na ampliação de competências de docentes e formadores, capacitando-os para a inovação pedagógica, designadamente através do recurso a diferentes métodos de ensino, que integrem as tecnologias e as artes, tornando as aulas experiências mais dinâmicas, enriquecedoras e apelativas”.
Por fim disse ser “crucial assegurar uma formação contínua para todos os ativos ao longo da vida” e “concluir o processo de digitalização das nossas escolas, para tornar a aprendizagem mais apelativa e acompanhar a revolução tecnológica”.