Medina diz que contexto é de incerteza relativamente à inflação
O ministro das Finanças vincou hoje que os tempos são de incerteza no que toca à inflação, considerando que a questão fundamental é se a subida já atingiu o pico ou se a descida será mais lenta do que o previsto.
"Estamos neste contexto de incerteza, relativamente nomeadamente ao andamento de inflação, 7,2% em abril", disse Fernando Medina numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), quando questionado pelo deputado social-democrata Joaquim Miranda Sarmento sobre se a previsão de inflação incluída na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) ainda se mantém atualizada.
Segundo o deputado do PSD se os preços aumentarem 0,5% ao mês até ao final do ano, a inflação será de 7,3%, o que contrasta com a taxa de inflação de 3,7% prevista pelo executivo.
"A questão fundamental quanto ao andamento da inflação é se nos encontraremos no topo relativamente ao valor de aumento e se a partir daqui assistiremos a um processo de estabilização e depois a descida ou se este processo será mais lento relativamente à descida face àquilo que se aguardava", respondeu.
O ministro justificou que um ou outro cenário irá implicar o andamento da política económica, nomeadamente no segundo semestre do ano.
Já anteriormente durante a audição, Fernando Medina vincou que o OE2022 está a ser discutido numa conjuntura exigente e complexa.
"A economia portuguesa apresenta um desempenho assinalável que podemos, e devemos, sublinhar. Mas por outro lado, acumulam-se fatores de pressão externa, à vista de todos, os quais não podemos evitar, e com os quais temos de saber lidar", disse.