Governo brasileiro diz que dará andamento a estudo para privatizar a Petrobras
O Governo brasileiro afirmou ontem que dará prosseguimento aos estudos para privatizar a Petrobras e a Pré-sal Petróleo SA num breve pronunciamento aos 'media' dos ministros da Economia e das Minas e Energia, em Brasília.
"Aqui está o meu primeiro ato como ministro de Minas e Energia", disse Adolfo Sachsida, novo ministro das Minas e Energia do Brasil.
"A solicitação formal para que se iniciem os estudos que visam o começo do processo de desestatização da PPSA [Pré-sal Petróleo SA] e da Petrobras. Espero que no período mais rápido de tempo possível nós tenhamos essa resolução pronta", acrescentou.
Na sequência, Paulo Guedes, ministro da Economia do país sul-americano, afirmou que dará prosseguimento ao pedido.
"Nós vamos dar sequência aos estudos para a PPSA e depois então, o caso da Petrobras", afirmou Guedes, que foi interrompido por vozes ao fundo que contestavam suas declarações e depois de uma breve discussão encerrou o pronunciamento.
A intenção do Governo brasileiro de iniciar estudos para uma possível privatização da petrolífera brasileira Petrobras foi anunciada na véspera como a prioridade de gestão de Sachsida no Ministério das Minas e Energia.
Numa comunicação aos jornalistas, sem direito a perguntas, o novo ministro antecipou que seu primeiro ato no cargo seria pedir ao Ministério da Economia que "avaliasse alternativas para a privatização" da Petrobras, a maior empresa no Brasil, promessa colocada hoje em prática.
Na quarta-feira, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, substituiu o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque por permitir que a Petrobras anunciasse um novo aumento do preço dos combustíveis.
A Petrobras anunciou nesta semana um novo aumento do diesel, principal combustível utilizado por camiões no Brasil, num reajuste que ainda pode pressionar mais a inflação crescente, que já ultrapassou 12%, poucos meses antes das eleições em que Bolsonaro tentará renovar seu mandato.
O Presidente brasileiro tem atacado a Petrobras para evitar que os preços dos combustíveis tenham impacto na sua popularidade em ano eleitoral.
A petrolífera tem ações em bolsas de valores, mas é controlada pelo Governo brasileiro, que mantém uma política empresarial na Petrobras balizada na paridade de preços internacionais do petróleo bruto no mercado brasileiro, facto que afeta a inflação no país cuja economia já havia sido duramente prejudicada pela pandemia de covid-19.