Adesão da Finlândia à NATO é um "passo histórico"
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou hoje que a adesão da Finlândia à NATO, cujo pedido de adesão deverá ser formalizado no domingo, será "um passo histórico" que contribuirá para a segurança na Europa.
O anúncio, pelos líderes finlandeses, da intenção de formalizar o pedido de adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa) é "um passo histórico que, uma vez dado, irá contribuir muito para a segurança europeia", escreveu Michel na sua conta na rede social Twitter.
"Com a Rússia em guerra na Ucrânia, é um poderoso sinal de dissuasão", acrescentou.
O Presidente, Sauli Niinistö, e a primeira-ministra, Sanna Marin, da Finlândia disseram hoje que são favoráveis à adesão do país à NATO, devendo a decisão ser formalmente anunciada no domingo.
A Finlândia, segundo explicou hoje perante a comissão de Assuntos Externos do Parlamento Europeu o chefe da diplomacia finlandesa, Pekka Haavisto, tem um exército com 280 mil forças e 900 mil reservistas que "reforçará a segurança e a estabilidade na região do mar Báltico e do norte da Europa".
Trata-se de uma importante rutura da nação com a sua tradicional posição de neutralidade durante conflitos e de não envolvimento em alianças militares.
O pedido de adesão terá de ser ratificado pelos 30 países membros da Aliança Atlântica, incluindo Portugal.
A Finlândia partilha 1.340 quilómetros de fronteira terrestre com a Rússia, que já ameaçou que a decisão pode vir a ter "efeitos políticos e militares" para a Suécia, que também manifestou interesse em entrar na aliança militar, e para a Finlândia em caso de adesão à NATO.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, no passado dia 24 de fevereiro, a Finlândia e a Suécia começaram a ponderar o abandono da neutralidade história e aderir formalmente à NATO.
Uma adesão da Finlândia à NATO constitui a maior alteração na política de defesa e de segurança do país nórdico desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando travou duas guerras contra a União Soviética.