ONU reúne 31 milhões de euros para resgatar petroleiro na costa do Iémen
As Nações Unidas conseguiram reunir na quarta-feira 33 milhões de dólares (31 milhões de euros) para financiar a operação resgate de um petroleiro em decomposição, cheio de petróleo, atracado na costa do Iémen, para evitar um desastre ambiental.
O dinheiro conseguido numa conferência de doadores fica muito aquém dos 144 milhões de dólares (137 milhões de euros) pretendidos pela ONU para financiar a intervenção.
"Precisamos de trabalhar rapidamente para obter os fundos restantes para iniciar a operação de quatro meses no tempo que temos pela frente", referiu David Gressly, coordenador humanitário das Nações Unidas para o Iémen.
A conferência para obter financiamento, coliderada pelas Nações Unidas e pelos Países Baixos, surge mais de dois meses depois de a ONU e de os rebeldes Huthis do Iémen terem chegado a acordo para transferir o conteúdo do petroleiro para outra embarcação.
O montante pretendido inclui 80 milhões de dólares (76 milhões de euros) para transferir os mais de um milhão de barris de petróleo bruto que o FSO Safer transporta, disse David Gressly, coordenador humanitário das Nações Unidas para o Iémen.
O secretário-geral da ONU, António Guterres pediu verbas para implementar o plano que as Nações Unidas alcançaram com os Huthis, a fim de evitar uma catástrofe que também poderia perturbar o tráfego do Mar Vermelho e do Canal do Suez.
"O evento de hoje é um passo crítico para prevenir uma catástrofe que afetaria o Iémen, a região e o mundo", disse numa mensagem de vídeo.
As Nações Unidas advertiram repetidamente que o petroleiro poderia libertar quatro vezes mais petróleo do que o famoso desastre de Exxon Valdez ao largo do Alasca em 1989.
Gressly disse que a embarcação está lentamente a enferrujar e a entrar em degradação significativa, e pode explodir, causando danos ambientais maciços à vida marinha do Mar Vermelho, fábricas de dessalinização e rotas marítimas internacionais.
As Nações Unidas estimam que cerca de 20 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros) seriam necessários para limpar um derrame de petróleo, o que provavelmente afetaria países vizinhos, incluindo a Arábia Saudita, o Djibuti e a Eritreia.
O responsável da ONU disse ainda que a primeira fase do resgate deverá estar concluída até ao final de setembro, caso contrário poderá enfrentar ventos turbulentos que começam em outubro.