Moscovo sanciona subsidiária alemã da Gazprom e outras empresas ocidentais
A Rússia anunciou esta quarta-feira sanções contra empresas de energia da União Europeia, Estados Unidos ou Singapura, numa decisão que visa maioritariamente a subsidiária alemã do grupo russo Gazprom, controlada pelo governo alemão.
As novas sanções do governo russo, divulgadas esta quarta-feira, contemplam 31 empresas, a maioria ligadas ao grupo Gazprom Germania.
O Ministério da Economia da Alemanha explicou que está a avaliar o impacto do anúncio e que aguarda por mais detalhes.
Berlim explicou que as autoridades alemãs, que assumiram o controlo da Gazprom Germania em abril, estão a "preparar-se para vários cenários".
"A equipa responsável pela gestão da crise do gás está a analisar a situação", precisou o Ministério da Economia, acrescentando que "neste momento, o abastecimento está garantido e constantemente monitorizado".
Sem fornecer mais detalhes, o governo alemão garantiu que o fornecimento de gás na Alemanha é seguro e constantemente monitorizado.
Em 04 de abril, o ministro da Economia tinha divulgado que o Estado alemão ia assumir temporariamente o controlo da subsidiária alemã do grupo russo Gazprom devido à sua "importância no fornecimento" de energia na Alemanha.
A Gazprom, por sua vez, anunciou a sua "retirada" desta subsidiária no início de abril, sem acrescentar mais detalhes.
A Alemanha recebia cerca de 55% de seu gás natural da Rússia antes da guerra na Ucrânia.
Desde o início da invasão russa que reduziu essa participação para 35%. O governo alemão já revelou que pretende afastar o país do gás russo até 2024, o mais tardar.
As sanções divulgadas por Moscovo também dizem respeito à EuRoPol GAZ S.A., proprietária da parte polaca do gasoduto Yamal-Europe.
As sanções incluem a proibição de transações e a entrada em portos russos de navios ligados às empresas envolvidas.
A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 5,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou hoje que 3.496 civis morreram e 3.760 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.