Maioria dos importadores europeus de gás russo paga em rublos
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, afirmou hoje que "a maioria dos importadores" europeus de gás russo "abriram contas em rublos" para pagar a Moscovo.
Draghi acrescentou que a União Europeia ainda não se pronunciou oficialmente sobre se o pagamento na moeda russa infringe as sanções impostas à Federação russa pela sua invasão da Ucrânia.
O conglomerado de hidrocarbonetos italiano, ENI, controlado pelo Estado em 30%, deve fazer um primeiro pagamento das suas compras de gás russo em rublos em meados de maio.
Em abril tinha solicitado às autoridades europeias e italianas que se pronunciassem, de forma clara, sobre se o pagamento em rublos, como exige o presidente russo, Vladimir Putin, a alguns compradores, é ou não permitido.
Draghi, de viagem nos EUA, foi questionado hoje se a Itália vai assumir os seus compromissos com a Federação Russa sem infringir as sanções, a que respondeu: "Não há uma definição oficial do que significa não cumprir as sanções. Nunca ninguém disse o que quer que fosse sobre se o pagamento em rublos infringe as sanções ou não".
Na ocasião, não avançou se o pagamento da ENI vai ser feito em rublos ou euros.
Na sua opinião, "há uma grande zona cinzenta" sobre o pagamento em rublos e sustentou que numerosas empresas na Alemanha "já tinham pagado" nesta divisa.
"Com efeito, a maioria dos importadores de gás já abriram a sua conta em rublos com a Gazprom", acrescentou.
O primeiro-ministro italiano apelou, em 03 de maio, à Comissão Europeia que se pronunciasse de forma clara e quanto antes sobre este assunto.
"É muito importante que a Comissão expresse uma opinião jurídica clara sobre se o pagamento em rublos viola as sanções ou não. É a única maneira de nos mantermos unidos. Se não há uma linha, cada empresa ou país fará o que lhe for conveniente", sustentou Draghi.