Embaixadora nomeada por Biden quer tornar invasão russa um "fracasso estratégico"
A diplomata indicada pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para embaixadora na Ucrânia, garantiu esta terça-feira, perante o Senado norte-americano, que vai trabalhar para tornar a invasão russa um "fracasso estratégico".
Bridget Brink, que passou a maior parte da sua carreira diplomática de 25 anos em ex-repúblicas soviéticas, falou esta terça-feira perante membros do Comité dos Negócios Estrangeiros do Senado, antes do que se espera ser uma rápida confirmação da sua nomeação por parte da câmara alta do Congresso.
O objetivo, para já, será coordenar as remessas de armas ocidentais para as forças da Ucrânia, deixando a diplomacia para segundo plano, referiu.
Brink sublinhou ainda que servir os interesses estratégicos dos EUA, para uma Europa estável e pacífica, significa trabalhar para garantir "que o esforço da Rússia para dominar a Ucrânia seja um fracasso estratégico".
O cargo está vazio desde que o ex-presidente Donald Trump destituiu abruptamente a embaixadora Marie Yovanovitch, em 2019, sendo que mais tarde a diplomata viria a ser uma figura-chave no primeiro processo de "impeachment" contra o republicano.
Democratas e republicano do comité apelaram, esta terça-feira, para que a confirmação da nomeação de Brink ocorra o mais rápido possível, visto as forças ucranianas estarem a entrar no quarto mês de combate frente aos russos com a ajuda de uma campanha extraordinária de apoio militar e financeiro por parte dos Estados Unidos e aliados europeus.
Bridget Brink assegurou ainda perante os senadores que irá trabalhar para reabrir totalmente a embaixada dos EUA na capital ucraniana e retomar o trabalho desta naquele país, sem pretender, no entanto, colocar um prazo.
A diplomata apontou que o complexo da embaixada dos Estados Unidos em Kiev parece ter danos superficiais.
As forças russas lançaram ataques ocasionais na capital, mas falharam nas suas tentativas iniciais de cercar e sitiar a cidade.
Grande parte do trabalho de Bridget Brink, durante a guerra, envolverá a coordenação com os EUA e outros líderes militares, para supervisionar os biliões de dólares em armas e ajudas financeiras entregues à Ucrânia, numa fase em que Moscovo se concentra para assumir o controlo de regiões a leste e a sul.
"A maioria das pessoas avalia que as próximas semanas possam ser as mais críticas para o resultado desta guerra", vincou.
"O que estamos a tentar fazer como governo é movimentar os equipamentos [militares] o mais rápido possível para a Ucrânia, acrescentou.
A nomeação de Bridget Brink deverá passar rapidamente por uma votação pelo comité e depois pelo Senado.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.