EUA preparam-se para apoiar Kiev com mais 40.000 milhões de dólares
O Congresso dos Estados Unidos deve dar hoje o primeiro passo para aumentar o financiamento solicitado pelo Presidente Joe Biden, para ajudar a Ucrânia, de 33 mil milhões de dólares para 40 mil milhões.
"Com este programa de ajuda, os Estados Unidos enviam um sinal ao mundo da nossa determinação inabalável para apoiar o corajoso povo da Ucrânia até à vitória" contra Moscovo, sublinhou a presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, numa carta aos congressistas.
Neste pacote de ajuda, 6.000 milhões de dólares devem permitir à Ucrânia equipar-se com veículos blindados e fortalecer a sua defesa antiaérea numa fase em que os combates continuam a decorrer, agora concentrados a leste e sul do país.
Quase 9.000 milhões de dólares também estão previstos para garantir, entre outras coisas, a "continuidade das instituições democráticas ucranianas" e a entrega de ajuda humanitária.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem vindo a solicitar há várias semanas, uma enorme extensão do orçamento de 33.000 milhões de dólares para a Ucrânia.
Na noite de segunda-feira, os lideres democratas e republicanos concordaram em ir ainda mais longe, encontrando um compromisso em torno de um valor de 40.000 milhões de dólares, o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) dos Camarões em 2020.
O Congresso deve aprovar hoje, salvo alguma surpresa, este orçamento, antes da votação no Senado no final da semana ou no início da próxima semana.
"Aprovar este financiamento de emergência rapidamente é essencial para ajudar o povo ucraniano na sua luta contra Putin, o cruel", insistiu, esta terça-feira, o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer.
Embora seja raro, num Congresso habituado a disputas políticas, esta medida conta com um amplo apoio bipartidário.
Na segunda-feira, Joe Biden apelou ao Congresso para que votasse "imediatamente" o financiamento.
A responsável pela inteligência dos EUA, Avril Haines, alertou esta terça-feira que Vladimir Putin conta com a diminuição do apoio ocidental a Kiev e se está a preparar para um conflito prolongado na Ucrânia.
O presidente russo "provavelmente conta com um enfraquecimento da determinação dos Estados Unidos e da União Europeia, quando a escassez de bens alimentares e a subida dos preços da energia se agravarem", alertou.
Tradicional aliado da política externa dos presidentes norte-americanos, o Congresso já tinha libertado quase 14.000 milhões de dólares para a crise na Ucrânia em meados de março, após ouvir a intervenção do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que comparou o conflito com os momentos mais sombrios da história dos EUA, como Pearl Harbor ou os ataques de 11 de setembro.
Dois 'pesos pesados' ??do Senado, o republicano Lindsey Graham e o democrata Richard Blumenthal, deram um passo em frente na luta contra Moscovo esta terça-feira, revelando uma resolução que insta o governo de Biden a colocar a Rússia na lista negra dos EUA de "estados que apoiam o terrorismo", juntando-se a Cuba, Irão, Síria e Coreia do Norte.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.