E depois dos 120 mil milhões?
Documentário galardoado tem o mérito de lançar alerta preventivo para a gestão da 'bazuca'
Boa noite!
À boleia do Dia da Europa, celebrado ontem, cumpre-me sugerir que veja um elucidativo documentário, por sinal galardoado com o Prémio de Jornalismo Fernando de Sousa.
Em ‘O que ficará dos Fundos Europeus’, produzido no ano passado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, em parceria com a RTP, ficamos a saber que desde que aderiu à então CEE, em 1986, hoje União Europeia, Portugal recebeu mais de 120 mil milhões de euros em fundos comunitários. Ao longo de 35 anos, estas verbas revelaram-se decisivas para a modernização e desenvolvimento do País e para a melhoria das condições de vida dos portugueses que, mesmo assim, padecem de assimetrias que os milhões não corrigiram.
Lê-se na sinopse do documentário que de Norte a Sul, do continente às ilhas, são partilhados exemplos de como os fundos contribuem para um Portugal inovador. Mas também encontramos casos menos positivos, algumas fraudes e as lições que ficaram e que são essenciais para o futuro. Tanto mais que até ao final desta década vamos receber praticamente metade das verbas que chegaram ao longo de 35 anos.
O que importa realmente saber é como serão aplicados os milhões do PRR que começam a ser injectados no País. Por isso, o escrutínio à’ bazuca’ tem que arrancar já, antes que a arte de sumir ganhe lastro.