Zelensky diz que Kiev não recebeu armas suficientes para "libertar Mariupol"
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje aos deputados do Parlamento de Malta que, apesar dos pedidos, a Ucrânia não recebeu a quantidade de armas que necessita para romper o cerco a Mariupol e retomar a cidade.
Zelensky disse que os defensores "vão prosseguir a resistência na fábrica de Azovstal".
"Estamos a recorrer a todos os instrumentos diplomáticos possíveis para os salvar, mas a Rússia não tem aceitado nenhuma das opções propostas. Pedimos aos nossos parceiros que forneçam armas com o objetivo de libertar Mariupol e salvar o pessoal civil e militar", adiantou.
No entanto, disse no decurso da sua intervenção por videoconferência, não foram fornecidas as quantidades de armas necessárias. Zelensky adiantou que cidades e outras povoações ucranianas foram atingidas por 2.250 mísseis nos dois meses e meio de invasão. "Os bombardeamentos não param, nem durante o dia, nem durante a noite", disse.
O líder de Kiev também disse que o bloqueio russo dos portos no mar Negro e mar de Azov estão a impedir a exportação de produtos cerealíferos e outros, que irá originar uma crise no mercado de alimentação à escala global.
"Se não podemos exportar trigo, cevada, sementes de girassol, óleo de girassol, isso significa que a população do norte de África e Ásia vai ficar com falta de comida e os preços vão subir", disse Zelensky. "Mais tarde, poderá haver um novo caos e uma nova crise migratória, e penso que vão sentir esta crise nas regiões vizinhas de Malta".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.