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Justiça do Irão exclui troca de prisioneiros com a Suécia

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O poder judicial do Irão excluiu hoje qualquer troca de prisioneiros entre um universitário iraniano-sueco, condenado à morte do Irão por espionagem, e um ex-responsável prisional iraniano, julgado em Estocolmo por crimes de guerra.

Os dois dossiês "não têm nada a ver um com o outro (...). Em consequência, está fora de questão uma troca", indicou o porta-voz do poder judicial, Zabihollah Khodayian, durante uma conferência de imprensa em Teerão, ao responder a uma questão sobre uma eventual troca entre os dois homens.

Esta declaração surge alguns dias após o fim do processo de Hamid Noury, um antigo responsável prisional iraniano. A sentença deverá ser anunciada em Julho.

Detido em 2019, Noury compareceu perante um tribunal pela sua presumível participação nas execuções de milhares de prisioneiros no Irão em 1988, na fase final da guerra Irão-Iraque.

No último dia do seu processo em 4 de Maio, os 'media' iranianos afirmaram por sua vez que o universitário iraniano-sueco Ahmadreza Djalali, condenado à morte em 2020 no Irão, será executado o mais tardar em 21 de Maio.

Em 2017 foi acusado de ter transmitido à Mossad, os serviços secretos israelitas, informações sobre dois responsáveis do programa nuclear iraniano, que permitiram o seu assassinato entre 2010 e 2012.

Noury "é inocente e o seu processo ilegítimo", reafirmou o porta-voz do poder judicial iraniano, distinguindo o caso de Djalali, "detido dois anos antes".

"Já foi emitida uma sentença definitiva" contra o universitário iraniano-sueco e o "poder judicial vai cumpri-la", acrescentou.

O processo de Noury agravou as já tensas relações entre Estocolmo e Terrão.

Dois dias antes do final deste processo, a Suécia anunciou a prisão de um sueco em Teerão.