Crescimento de projectos de alimentação sustentável são "certos"
A ACIF apresenta hoje o projecto 'CIRCLEFLY - SUSTAINABLE FEED', no Hotel The Vine
Com o objectivo de valorizar os resíduos orgânicos produzidos pelo sector do turismo, indústria agroalimentar e pela população em geral para produzir larvas de mosca soldado negro que, a partir destas, obtém-se produtos sustentáveis para a alimentação animal, a The Tomorrow Company apresentou o projecto 'CIRCLEFLY'.
"Em termos de modelo de negócio nós faremos a recolha dos biorresíduos que serão transformados e alimentaremos as larvas que, por sua vez, após o seu crescimento serão transformadas em farinha de insectos. Passarão a ser o alimento quer para a aquacultura, galináceos e também suinicultura", explica Ricardo Correia, administrador deste projecto e CEO da empresa The Tomorrow Company.
As unidades hoteleiras e estabelecimentos de ensino podem ceder os biorresíduos para permitir a criação da mosca soldado negro.
"Poderá haver uma vantagem económica, porque até finais de 2023 quem produz 'x' quilos de biorresíduos tem de pagar uma taxa, ao fim ao cabo é dinheiro que não se gasta", esclarece Ricardo Correia, pois quando são cedidos estes resíduos não tem qualquer valor para as instituições.
Este é um projecto financiado pelo Instituto de Desenvolvimento Empresarial (IDE) com um fundo de um milhão e 160 mil euros.
A empresa The Tomorrow Company é a líder desta iniciativa, mas contará com parceiros como a ACIF, ARDITI, Suinosanto, Marisland e o Governo Regional através da secretaria da Agricultura.
"Temos um espaço no parque industrial da Madeira e vamos começar as obras para preparar este desenvolvimento", refere o CEO desta empresa.
"Existe a necessidade de criar uma alimentação sustentável para aumentar a pegada verde" disse Ricardo Correia, acrescentando que o crescimento deste tipo de projectos "é certo".
Até ao final do ano vão ser feitos os primeiros testes com as dietas que a empresa está a desenvolver.
É de realçar que as larvas são "muito ricas em proteína quer para os animais quer para os humanos", contudo esta iniciativa ainda não desenvolve a alimentação para as pessoas.
Sete pessoas fazem parte desta nova iniciativa, mas com a continuidade prevê-se a contratação de "mais uma ou duas pessoas", esclarece Ricardo Correia.