A Guerra Mundo

Delegação da UE na Venezuela apela a países da região a condenar agressão da Rússia

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Foto Getty Images

A delegação da União Europeia (UE) na Venezuela apelou, esta segunda-feira, aos países da América Latina e Caraíbas a que se unam para condenar a agressão da Rússia à Ucrânia.

"Temos agora uma visão muito clara de que o compromisso que sempre assumimos com a paz nos obriga a condenar firmemente a guerra na Ucrânia, a condenar a agressão russa contra este país soberano europeu", disse o embaixador da UE na Venezuela.

Rafael Dochao Moreno falava numa mensagem divulgada em vídeo que teve como propósito assinalar a data de 9 de maio, em que se "celebra, como cada ano, a identidade europeia, unidos na diversidade, em culturas, línguas, em traduções distintas".

O chefe da delegação da UE na Venezuela explicou que "em 1959, precisamente cinco anos após a II Guerra Mundial" foi feita a "Declaração Schuman".

"Faz hoje 72 anos e foi a primeira comunidade europeia a ser criada para o carvão e o aço e assim evitar a guerra que tão tristemente tinha colocado os europeus uns contra os outros. E é precisamente isso que estamos a comemorar neste 9 de maio. Unidos na diversidade (...) um continente de paz. E de facto, a UE foi construída sobre as cinzas da Segunda Guerra Mundial", disse o diplomata.

Rafael Dochao Moreno explicou ainda que "os valores e princípios que a UE defende baseiam-se nos direitos humanos, na democracia e no Estado de Direito, e tudo isto levou a que lhe tenha sido outorgado o Prémio Nobel da Paz".

"A UE apostará sempre na paz, na segurança internacional, no multilateralismo, na solidariedade e nas liberdades fundamentais, tanto dentro da União Europeia como fora dela e, por conseguinte, queremos que todos os países do mundo se juntem a esta causa justa", sublinhou.

Segundo o diplomata, nesta "luta pela paz, contra a guerra, a favor das ideias e valores progressistas, a União Europeia tem aliados na América Latina e Caraíbas que são verdadeiramente imprescindíveis".

"Esta região parece, para alguns, que está muito longe, do outro lado do Atlântico, e, no entanto, estamos muito perto. Essa distância geográfica é justamente o oposto do que são as proximidades, as afinidades políticas, históricas ou culturais que são infinitas, ou dos laços económicos e comerciais que são realmente muito, muito robustos", disse.

Rafael Dochao Moreno insistiu em fazer "um finca-pé muito especial" dos valores mais profundos da UE, dos quais apontou dois exemplos clássicos: a luta pela igualdade de género entre homens e mulheres, condenando frontalmente toda a violência contra a mulher e a promoção da igualdade a todos os níveis, laboral, político, social e económico.

"Outro elemento fundamental é o tema da inclusão (...)  não poderia deixar de mencionar a proteção dos direitos LGBTI, porque durante este mês de maio estamos a celebrar o Dia Internacional contra a Homofobia, a Lesbofobia e a Transfobia e devemos recordar que a UE está profundamente empenhada num mundo onde não haja discriminação, onde nada possa levar ninguém a ver a sua identidade de género rejeitada, para que todos possam amar quem quiserem", frisou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.