A excelência e a abertura de Costa
António Costa visitou pela primeira vez a Madeira enquanto primeiro-ministro, em março de 2016. Nessa primeira visita, cerca de cinco meses após ter formado governo, deixou o compromisso de elevar o relacionamento com as Regiões Autónomas para um patamar de excelência e dizia compreender muitas das reivindicações do Governo Regional.E acrescentou a ideia de que em Lisboa iria haver sempre abertura para dialogar com as Regiões Autónomas.Dessa primeira visita ficou o compromisso de assumir o novo hospital como um projeto de interesse comum.Passado dois anos, em maio de 2018, Costa realiza nova visita oficial, onde assume o financiamento de 50% da construção do novo hospital, o pagamento das dívidas dos subsistemas de saúde do Estado ao SESARAM, a redução dos juros da dívida e o exercer de pressão sobre a ANAC em relação aos radares e a operacionalidade do aeroporto.Se pensarmos em quantos destes compromissos foram concretizados pelos governos de António Costa facilmente percebemos o que é a abertura de Costa ao diálogo e o elevar do patamar da relação com a Madeira.A obra do hospital arrancou com os custos das expropriações assumidos pela Madeira. E não por iniciativa ou financiamento da República. Até porque o financiamento da República continua, como se sabe, por clarificar.O pagamento de dívidas dos subsistemas ao SESARAM não aconteceu. E para que a situação não se agravasse a Região passou a suportar custos de saúde das forças de segurança.Os radares é o que se sabe. No novo orçamento do Estado não há espaço para uns míseros 4,5 milhões para aumentar a operacionalidade do aeroporto da Madeira. Sendo que nesta matéria, como nas outras, a Região, mesmo que queira, não tem competências para se substituir ao governo de Costa. Não o pode fazer.Assim estamos. E assim continuaremos sob a excelência de Costa e a abertura do socialismo centralista.
Alexandra Teixeira