Madeira

Bruno Melim aponta meta para o PSD nacional regressar às vitórias

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O líder da JSD-Madeira e primeiro vice-presidente da estrutura nacional, fez uma intervenção no 27º Congresso que decorre em Almada e apontou metas para o partido regressar às vitórias eleitorais.

“É necessário combater com astúcia, inteligência, determinação e sentido de oportunidade quem, erradamente, cá dentro e lá fora se tem apropriado das nossas estruturas e, no limite, do nosso espaço político", começou por afirmar.

O deputado madeirense apontou como exemplo o sucesso eleitoral do PSD-Madeira que passa, sobretudo, pela humildade perante o eleitorado.

“Vindo eu de um território onde parece fácil ganhar, muitos poderiam esperar que com alguma arrogância debitasse o que está certo ou errado. Mas essa não é, nem nunca foi, a nossa postura. (...) A estrutura social-democrata só voltará a ganhar eleições quando, a nível nacional, recuperar um discurso de humildade", afirma.

O PSD, sublinha, tem de perceber que não é hoje um partido maioritário nas principais áreas populacionais e também não o é em muitos espaços do interior. "Para inverter este ciclo, a social-democracia deve preocupar-se em focar-se nos problemas. Mas, para sabermos quais são os problemas é preciso termos a humildade de ouvir quem os tem e ter, igualmente, a humildade de pensar em soluções".

Perante os congressistas, deixou críticas à postura do partido.

“Pela nossa matriz identitária, não nos podemos sentar de cátedra em Lisboa a decidir o futuro do País. Mas também não podemos ficar fechados, cada um nas nossas Regiões ou Distritos à espera que alguém apareça para resolver os problemas. A nossa realidade vai muito além do Parlamento, da sede nacional ou de uma espécie de trupe que gravita em determinados círculos pseudo-importantes da capital".

A atitude dos militantes, o pouco empenho, também foi referido pelo dirigente da 'jota'.

“Estou cansado de ver militantes da nossa social-democracia, e relembro tanto no PSD como na JSD, que se relembra da sua condição de militante no último dia do pagamento de quotas, no dia das eleições, ou na mercearia dos lugares para qualquer estrutura deste partido", lamenta.

"As mudanças só se concretizam se houver militância ativa seja numa estrutura, por uma causa ou por um sonho. E a minha pergunta é simples, desde 1995 o que é que temos oferecido como sonho para que se mobilizem em torno das nossas causas?" Bruno Melim, presidente da JSD-M

“Todos sabemos que o PS empobrece o país", afirmou o deputado madeirense que lembra que, mesmo com governações que diz serem negativas, "apesar de tudo isto vemos um PS que ganha eleições. Que nos leva à bancarrota, mas governa como se os culpados do empobrecimento fossemos nós. E, paradoxalmente, somos todos nós que percebemos porque é que perdemos eleições, mas poucos ou nenhuns sabem como é que se muda esta condição".

O PSD, garante, tem de promover mudanças internas profundas para voltar a governar Portugal.

“A reforma do ideário social-democrata só se concretizará com o salto de uma geração na nossa família política. Só poderemos ousar a liderar Portugal novamente quando reformarmos os nossos protagonistas e as nossas causas".

Bruno Melim deu exemplos de áreas em que o partido pode ser "pioneiro na concepção legislativa" e avançar: a integração das cripto moedas na nossa economia; a inovação e tecnologia como forma de desenvolvimento e modernização da nossa economia traduzindo-se, por exemplo, numa profunda reforma da forma como ministramos a Educação às nossas crianças.

A diferença do sucesso da social-democracia na Madeira quando comparada ao continente, segundo o líder da JSD-M, tem uma explicação: “Termos a capacidade através da definição de laços, construirmos uma relação com as várias gerações de madeirenses que lutam por uma Madeira de oportunidades muito melhor do que a terra pobre e analfabeta herança da ditadura.

“Da minha parte, a Social-Democracia pode contar com este humilde servo. Sem amarras ou tacticismos próprios de quem está a pensar na próxima eleição e não na próxima geração. Não vale a pena pensar no futuro, se não respondermos ao presente. E o presente pede-nos a tenacidade e a coragem de nos expurgarmos de tudo aquilo que tem sido nefasto. E só pode e deve cá estar quem comunga de determinados valores. Em política, para mim, não vale tudo. Aliás, só sei estar na política por convicção, não por lugares,  e a minha convicção é clara: um novo país para uma nova geração"