Nuno Batista arrasa Miguel Brito
Autarca responde às críticas do socialista depois da única padaria que assegurava a distribuição de pão na Ilha Dourada ter fechado as portas
Estalou o verniz entre Nuno Batista e Miguel Brito. A troca de galhardetes prende-se essencialmente com o encerramento da única empresa de panificação que assegurava a distribuição de pão na Ilha Dourada, processo repentino que causou grande incómodo ao socialista e vereador sem pelouro na Câmara Municipal do Porto Santo.
O também deputado na Assembleia Legislativa da Madeira alegou inclusivamente que muitas pessoas ficam agora "desprotegidas" e exigiu uma "rápida intervenção" dos serviços sociais da autarquia.
Quem não gostou nada do que leu na comunicação social foi o presidente. Nuno Batista, que acedeu em alterar a Reunião de Câmara para que Miguel Brito estivesse presente e bem preparado - uma vez que estava na Madeira - mostra-se perplexo com o facto do seu opositor não ter tocado no assunto enquanto estiveram reunidos, ontem, à mesa.
A informação sobre a parte social deve ser a mesma informação que o senhor vereador leva à Câmara que está totalmente alheada da realidade do Porto Santo. Não sabe os dossiers, não estuda, e quem vê as actas pode confirmar pelas suas intervenções o total desconhecimento do que é a gestão diária do Município. Alterámos a Reunião para sexta-feira para que ele pudesse estudar os processos e a verdade é que chega lá sem os saber. Talvez seja melhor que as pessoas estudem os processos por ele. Nuno Batista
“Não podemos permitir que haja pessoas que não tenham acesso a um bem essencial como o pão"
A única padaria que assegurava a distribuição de pão na ilha fechou portas. Uma situação que desagrada o vereador do Partido Socialista na Câmara Municipal do Porto Santo.
Nuno Batista que recordou também as últimas eleições autárquicas. "O senhor vereador pode dar-nos o levantamento, porque ele sabe onde era a porta das pessoas quando foi buscá-las para votar, por isso deve saber também quais são as portas onde é para entregar pão. Foi isso o que aconteceu nas últimas eleições autárquicas, quando foram buscar as pessoas a casa para votar. Quando se vai buscar a casa para votar também somos bons para ir lá e entregar um saco de pão”, atirou.
Para o edil é igualmente "estranho” que Miguel Brito “nunca” tenha mostrado “qualquer preocupação até ao dia de hoje para que a padaria não fechasse” e recordou que a empresa “teve vários problemas ao longo destes anos”.
Antes de ser exigente com os outros tem de ser exigente com ele próprio. Quando vem falar sobre o cuidado e a parte social da Câmara Municipal se calhar era importante ele saber quantas refeições é que são entregues com o apoio da autarquia em casa das pessoas ou quantos voluntários é que vão à casa das pessoas para ajudar. Nuno Batista
Nuno Batista prosseguiu e admitiu compreender “o nervosismo do senhor deputado da Assembleia Municipal” porque “estão a chegar” as eleições Regionais de 2023 e o socialista “tem de garantir o seu lugar”, mas “a verdade é que se olharmos para trás, até ao dia de hoje”, o que Miguel Brito fez pelo Porto Santo “foi muito pouco”. Aliás, "enquanto esteve na Junta de Freguesia nunca prestou qualquer apoio no tempo da pandemia".
Quanto ao problema que motivou o desaguisado, o autarca assume estar "a avaliar e a tentar saber mais pormenores" sobre o encerramento da padaria e encontra-se de momento "em contacto com alguns empresários da panificação" no sentido de encontrar uma solução.