Governo ucraniano anuncia abertura de 10 corredores para retirar civis
O Governo ucraniano anunciou hoje a abertura de 10 corredores humanitários para a retirada de civis das cidades de Mariupol, Tokmak, Energodar, Melitopol, Severodonetsk, Lysychansk, Popasna, Rubizhne, Gyrske e da região de Lugansk.
A vice-primeira-ministra e responsável pela reintegração dos territórios ocupados da Ucrânia, Iryna Vereschchuk, confirmou a abertura destes corredores em declarações à imprensa, referindo ter tido o acordo das forças russas e especificando os respetivos percursos.
De acordo com Vereschchuk, os moradores de Mariupol, Tokmak, Energodar e Melitopol serão retirados para Zaporijia, e os habitantes de Severodonetsk, Lysychansk, Popansa, Rubizhne e Gyrske para Bakhmut.
A evacuação das cidades da região de Lugansk será realizada em função do respeito do cessar-fogo por parte das tropas russas, sublinhou a vice-primeira-ministra.
Os corredores para Zaporijia, salientou, poderão ser utilizados por viaturas particulares e por autocarros, exceto o que parte de Energodar, que servirá apenas para viaturas próprias.
Segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform, citando informações das administrações militares regionais, uma outra região -- Kherson - está a precisar urgentemente de ajuda humanitária e que sejam retirados civis, sobretudo no distrito de Beryslav e nas cidades que fazem fronteira com a região de Mykolaiv.
As fontes indicaram que os habitantes estão a tentar sair por conta própria das aldeias tomadas pelas tropas russas.
Espera-se que a Rússia intensifique a sua campanha militar pelo controlo do leste industrial da Ucrânia nos próximos dias e semanas, pelo que Kiev apelou à NATO para que envie mais armas que ajudem a deter os russos.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.