Parlamento Europeu apela a "embargo total" de bens energéticos da Rússia
O Parlamento Europeu (PE) apelou hoje, em Estrasburgo, a um "embargo total" da União Europeia (UE) às importações de matérias-primas energéticas da Rússia, em represália à invasão da Ucrânia.
Numa resolução hoje aprovada com 513 votos a favor, 22 votos contra e 19 abstenções, os eurodeputados apelam a medidas punitivas adicionais, incluindo "um embargo total imediato às importações russas de petróleo, carvão, combustível nuclear e gás".
Para o PE, segundo um comunicado, o embargo total deve ainda ser acompanhado de um plano para garantir a segurança do aprovisionamento energético da UE, bem como de uma estratégia para "reduzir as sanções no caso de a Rússia tomar medidas para restaurar a independência, soberania, integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e remover completamente as suas tropas do território da Ucrânia".
Os eurodeputados votaram ainda um pedido de exclusão da Rússia do grupo do G20 "e outras organizações internacionais" e apelaram ao dos responsáveis por crimes de guerra e atrocidades na Ucrânia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.