Macron considera "escandalosas" críticas do primeiro-ministro polaco
O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou hoje "infundadas" e "escandalosas" as críticas do primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, sobre as conversas telefónicas com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, por causa da guerra na Ucrânia.
"Estas observações são infundadas e escandalosas, mas não me surpreendem", porque Mateusz Morawiecki, apoiado por "partido de extrema-direita, (...) interfere na campanha política francesa", após ter "recebido várias vezes a madame [Marine] Le Pen", declarou Emmanuel Macron.
A reação do Presidente de França surge depois de Mateusz Morawiecki ter pedido, na segunda-feira, novas sanções ocidentais à Rússia e comparado Vladimir Putin a ditadores sangrentos do passado.
"São necessárias sanções claras e determinadas. Essas sanções não funcionam", declarou Morawiecki, dirigindo-se em particular ao Presidente francês, Emmanuel Macron.
"Presidente Macron, quantas vezes negociou com Putin, o que conseguiu? Não debatemos, não negociamos com criminosos, os criminosos devem ser combatidos", afirmou Morawiecki.
O chefe do governo polaco disse que "ninguém negociou com Hitler", questionado Macron sobre se "negociaria com Hitler, com Estaline, com Pol Pot" e acusando certos líderes europeus de "procrastinação" e falta de clareza.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.