Países da AIE libertam 120 milhões de barris de petróleo das suas reservas
Os membros da Agência Internacional de Energia (AIE) decidiram libertar 120 milhões de barris de petróleo das suas reservas estratégicas, para combater a volatilidade de preços causada pela guerra na Ucrânia, divulgou hoje o organismo.
Dos 120 milhões de barris a serem lançados para o mercado, 60 milhões são dos Estados Unidos.
O diretor do AIE, Fatih Birol, adiantou esta informação, mas explicou que outros detalhes específicos sobre os números afetos a cada país serão comunicados posteriormente.
O anúncio surge após a decisão dos membros da AIE, revelada na sexta-feira, de que iriam libertar mais petróleo das suas reservas estratégicas para combater a volatilidade de preços causada pela guerra na Ucrânia.
Um dia antes, os Estados Unidos tinham anunciado a libertação de um milhão de barris de petróleo por dia da reserva estratégica do país, durante seis meses, numa tentativa de travar a subida de preços. A medida representa um total de 180 milhões de barris.
No mês passado, os países da AIE já tinham prometido lançar no mercado cerca de 62,7 milhões de barris das suas reservas, sublinhando que poderiam ir mais longe.
Os membros da AIE, que reúne 31 países, incluindo Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália e Reino Unido, têm, no total, reservas de 1,5 biliões de barris.
A invasão russa da Ucrânia provocou um forte aumento do preço do petróleo, quando os países produtores continuam a restringir a sua oferta.
Os membros da OPEP+ (aliança constituída pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e 10 outros produtores, incluindo a Rússia) têm recusado até agora aumentar significativamente a produção para aliviar o mercado, limitando-se a uma subida gradual de 400.000 barris por dia todos os meses.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.