Kiev pede a Praga e a Bratislava reparação de armas danificadas
A Ucrânia pediu a Praga e a Bratislava que ajudem a reparar os seus equipamentos militares danificados durante os combates contra a invasão russa, anunciaram hoje os ministérios da Defesa checo e eslovaco.
"A Ucrânia pediu à República Checa que ajude a reparar o equipamento danificado", disse a porta-voz do Ministério da Defesa, Jana Zechmeisterova, acrescentando que os "procedimentos e opções para possíveis reparações estão a ser discutidos".
O ministro da Defesa da Eslováquia, Jaroslav Nad, confirmou que o seu país também foi interpelado e que as reparações seriam realizadas por empresas privadas.
"Se isso acontecer, será numa base comercial padrão. As empresas são privadas, não podem trabalhar de graça", acrescentou Nad.
Os meios de comunicação checos noticiaram que Praga enviou na segunda-feira comboios carregados com tanques T72 e veículos blindados de fabrico soviético para a Ucrânia, numa operação sem precedentes.
"A guerra está a acontecer e não facilitaremos as coisas para os assassinos com a letra 'Z'", escreveu na rede social Twitter a ministra da Defesa Jana Cernochova, referindo-se à sigla que identifica material militar russo.
"Acreditem em mim, enviámos equipamentos militares fundamentais para os nossos amigos ucranianos e continuaremos a fazê-lo", insistiu Cernochova.
Membro da NATO desde 1999, a República Checa forneceu equipamentos militares no valor de cerca de 40 milhões de euros para a Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
A Eslováquia aderiu à Aliança Atlântica em 2004.
Os dois países -- que pertenciam à Checoslováquia, até à separação pacífica em 1993 - aderiram à União Europeia em 2004.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.