Novos ataques aéreos e explosões em Lviv e Dnipropetrovsk
O chefe da administração militar regional de Lviv indicou terem ocorrido novos ataques aéreos e explosões, na região de Lviv e Dnipropetrovsk, no leste e no centro da Ucrânia, noticiou a imprensa ucraniana.
Maksim Kozitski assegurou, na terça-feira, que "as forças de defesa aérea estão a trabalhar e estão a proteger os céus".
O militar alertou os moradores das duas regiões para procurarem abrigo assim que ouvirem sirenes antiaéreas, avançou o jornal ucraniano Ukrayinska Pravda.
Kozitski confirmou ainda que explosões ocorreram nas proximidades de Radejiv, na província de Lviv. Segundo a administração militar, ninguém ficou ferido no bombardeamento.
Na região de Dnipropetrovsk, fontes citadas pela imprensa ucraniana relataram explosões em Novomoskovsk, perto da cidade de Dnipro.
Já o chefe da administração militar de Gostomel, Taras Dumenko, disse que mais de 400 pessoas estão dadas como desaparecidas na cidade, perto da capital ucraniana, depois de 35 dias de ocupação por parte de tropas russas.
"Atualmente, estamos a fiscalizar os sótãos de Gostomel juntamente com os serviços de emergência e a polícia de patrulha. Temos cerca de 1.200 residentes (...) que nos informaram sobre o paradeiro de certas pessoas que partiram", explicou Dumenko, de acordo com a agência de notícias ucraniana Ukrinkorm.
Nas aldeias em redor de Gostomel foram encontrados corpos de moradores alegadamente assassinados, disse o militar.
"Vários moradores da nossa comunidade também foram encontrados em Bucha. Deve assumir-se que os ocupantes [tropas russas] levaram as pessoas", disse Dumenko.
O responsável acrescentou que, durante a evacuação, residentes viram tropas russas a eliminar vestígios de atrocidades.
"Na direção de Gostomel, ao longo da estrada havia veículos com cadáveres, inclusive crianças. Ao regressar, os corpos já não estavam", disse.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.