CMF vai apurar "até às últimas consequências" responsabilidades pelo ‘buraco’ de 33 milhões
Pedro Calado denunciou cerca de 41 milhões em gastos não contabilizados pelo anterior executivo e garante que autarquia vai recorrer às instâncias civis, financeiras e judiciais para apurar a responsabilidade da situação
Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal, anunciou, esta tarde, que a autarquia da capital madeirense vai recorrer às instâncias civis, financeiras e judiciais para apurar "até às últimas consequências" as responsabilidades pelo 'buraco' de 33 milhões de euros deixados pela anterior gestão, como o DIÁRIO já tinha anunciado na sua edição de domingo.
Acabamos por encontrar na Câmara algo que julgaríamos que nunca fosse possível. É uma situação preocupante, não estávamos à espera e vamos fazer o apuramento civil, financeiro e judicial e vamos até às últimas consequências para responsabilizar quem teve este tipo de atitudes e ações dentro do Município do Funchal. Não podemos compactuar com este tipo de situações Pedro Calado
A autarquia funchalense contratou uma empresa internacional para avaliar as despesas e gastos desde 2013 até Outubro de 2021, altura em que Coligação ‘Funchal Sempre à Frente’ tomou posse.
A vice-presidente da CMF, Cristina Pedra, apresentou, esta tarde, as contas que contabilizam um prejuízo de 41 milhões de euros, resultantes de diversos gastos, dívidas e faturas que não foram contabilizadas pelo anterior executivo, de onde se destaca cerca de 27 milhões de euros referentes à dívida com a ARM - Águas e Resíduos da Madeira, e cerca de 1,5 milhões de euros relativos à Taxa de Recursos Hídricos.
Para além disso, Cristina Pedra destacou que foram intentados contra a CMF 214 processos executivos, em que 94 já tiveram decisão e foram transitados em julgados e sem hipóteses de recursos, perfazendo um montante de 22 milhões de euros. Actualmente, existem 135 ações a correr em tribunal contra a CMF.