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Ilha de São Jorge vai ter estação permanente de medição de dióxido de carbono

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O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcãnica dos Açores (CIVISA) planeia instalar em São Jorge, "no início da próxima semana" uma estação de medição de fluxo de dióxido de carbono dos solos "em regime permanente", foi hoje anunciado.

"O CIVISA planeia instalar, provavelmente no início da próxima semana, uma estação de medição de fluxo de dióxido de carbono dos solos em regime permanente. Estamos a fazer perfis diários. Temos três estações de radão instaladas, mas estamos na fase de trazer para São Jorge uma estação permanente de dióxido de carbono", afirmou a coordenadora das operações do CIVISA na ilha de São Jorge, Fátima Viveiros.

No 'briefing' diário para atualização da crise sismovulcância que se regista há mais de duas semanas naquela ilha açoriana, Fátima Viveiros sublinhou que a rede de estações sísmicas "tem vindo a ser incrementada de acordo com os meios disponíveis".

"Estamo-nos a adaptar à situação diária", sublinhou a investigadora.

A coordenadora das operações adiantou que, na "segunda-feira à tarde, o CIVISA instalou uma câmara 'web' na zona do Terreiro da Macela e, hoje ou na quarta-feira, será instalada outra nas Velas "para visualização da costa sul".

"O terreiro da Macela é uma zona alta que permite ver a zona central da ilha de São Jorge, portanto, o complexo fissural das Manadas alinhado. É uma das zonas centrais", justificou.

Estas câmaras permitem o acompanhamento de "qualquer modificação" que ocorra na paisagem, acrescentou.

No mesmo 'briefing' o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores reforçou o apelo para que a população se mantenha atenta.

"Nem estes aumentos devem alarmar as pessoas, nem os decréscimos devem relaxar as pessoas. É manter o registo que têm mantido, acatar as informações e recomendações das entidades oficiais", disse Eduardo Faria, referindo-se ao fato de ter havido, entre as 00:00 e as 10:00 da manhã de hoje, "um registo acima" do de segunda-feira.

Eduardo Faria informou que "está quase terminado o reconhecimento dos portos utilizáveis em toda a ilha, portinhos, fajãs e caminhos" para uma eventual evacuação, um trabalho efetuado pelos elementos das Forças Armadas, em concreto pelos fuzileiros da Marinha, através de drones.

O Comando Operacional dos Açores tem ainda apoiado o Serviço Regional de Proteção Civil com meios e sistemas aéreos não tripulados no reconhecimento de portos ao redor da ilha de São Jorge.

"Neste momento, temos um reconhecimento em pormenor, os locais estão identificados. Desde o acesso, assim como ao nível de condições operacionalidade com diferentes condições meteorológicas que possam ocorrer", em caso de uma evacuação da ilha, explicou aos jornalistas o tenente-coronel Rui Costa, do Comando Operacional dos Açores.

Segundo Rui Costa, "em grande parte" do lado sul "já foi realizado" este reconhecimento em pormenor, estando a ser "terminado o lado norte" da ilha.

"Durante o dia de hoje temos mais dois reconhecimentos (na Fajã das Pontas e a Fajã dos Cubres) e na quarta-feira continuamos e mantemos o ponto de Reunião e Irradiação de Desalojados já pronto e ativo, se for necessário para o Serviço Regional de Proteção Civil", detalhou.

Cerca de 2.500 pessoas já saíram do concelho das Velas, centro da crise sísmica, das quais 1.500 para outras ilhas dos Açores, e as restantes para o concelho vizinho da Calheta, considerado mais seguro pelos especialistas.

A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa "estado de repouso" e V6 "erupção em curso".