Madeira

Lisboa não vai acabar com Zona Franca porque "seria catástrofe para a Madeira e para o país"

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O presidente do Governo Regional e líder do PSD, Miguel Albuquerque, considera que o Governo da República não vai colocar em causa a Zona Franca, porque isso "seria uma catástrofe para a Madeira e para o país".  A declaração foi feita após o encerramento do VIII Congresso Regional dos Trabalhadores Social Democratas (TSD), que decorreu hoje, no Fórum Machico.

Um estudo encomendado pela Autoridade Tributária à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, que foi divulgado na edição impressa de hoje do DIÁRIO, refere que o encerramento da Zona Franca da Madeira (ZFM) pode atingir até 3% da população activa e gerar uma perda de Valor Acrescentado Bruto até aos 400 milhões de euros. O documento admite tanto a renovação do regime da praça madeirense como também um sistema alternativo de apoios directos às empresas regionais.

Esta tarde, Miguel Albuquerque afirmou que o referido estudo revelou que a Zona Franca "é essencial para a economia da Madeira, para as receitas fiscais da Madeira, para o emprego qualificado e para Portugal ter um centro de negócios que possa contribuir para a atracção do investimento estrangeiro e possa contribuir para a internacionalização da economia portuguesa". "O estudo veio demonstrar uma evidência que nós estamos há montes de anos a falar que é a circunstância da Zona Franca contribuir com mais de 400 milhões de euros para o PIB da Região, para assegurar 1.200 e tal empregos directos, mais outros 4 mil que estão ligados às actividades conexas", declarou o mesmo político. Já sobre o regime alternativo admitido no estudo, entende que seria "uma parvoíce".

Albuquerque adiantou que os grupos parlamentares do PSD e do PS na Assembleia da República estão a tratar da prorrogação do regime actual, para permitir a inscrição de novas empresas. Face às conclusões do estudo, o político madeirense aconselhou o Governo da República a se empenhar agora na definição de um novo regime para a Zona Franca, com mais benefícios, de modo a atrair as empresas portuguesas que nos últimos anos deslocaram as respectivas sedes para Holanda, Luxemburgo e Malta.

Pedro Roque defende negociações salariais para compensar perda do poder de compra

Secretário-geral dos Trabalhadores Social Democratas presente no VIII Congresso Regional dos TSD/Madeira, que decorre hoje em Machico

Durante a intervenção no encerramento do congresso dos TSD, Albuquerque que, se a economia regional continuar como está, vai ser necessário importar mão de obra para funções básicas. "Não há nenhum drama nisso", sublinhou.