Mais de 7.500 alunos assinalam Dia Mundial da Língua Portuguesa na Venezuela
Mais de 7.500 alunos vão assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa em diversas localidades da Venezuela, principalmente nas cidades de Cágua, Caracas, Maracay e Valência, onde durante uma semana vão decorrer várias atividades culturais.
"Festejar junto aos venezuelanos a língua portuguesa é profundamente do nosso agrado porque esta é uma celebração que vai mais além da apreciação sensível da literatura", explicou à Lusa o embaixador de Portugal na Venezuela.
Segundo Carlos de Sousa Amaro, "a língua é a ponte que nos une e ressalta o que há de comum no património, nos valores, na cultura, na visão do mundo de todo um povo. Reencontrar-nos nesta data anualmente comove-nos e compromete-nos a estreitar ainda mais esses laços que nos permitem construir uma sociedade mais diversa".
Por outro lado, segundo o coordenador local do ensino de português na Venezuela, Rainer Sousa, trata-se "de uma festa dedicada ao multilinguismo e à diversidade cultural, com mais de 7.500 estudantes de português (...) uma evidência da expansão do ensino da nossa língua".
Rainer Sousa explicou ainda que o idioma "é dos mais difundidos no mundo, com falantes nos cinco continentes" e que em 2019 a Unesco declarou que cada 5 de maio se celebre o Dia Mundial da Língua Portuguesa.
Também que é a "terceira vez consecutiva" que os alunos de português da Venezuela assinalam o Dia Mundial da Língua Portuguesa, "sob a organização da Embaixada de Portugal em Caracas, o Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa, a Coordenação do Ensino de Português na Venezuela (CEPE), a Associação Venezuelana para o Ensino da Língua Portuguesa (AVELP) e nesta oportunidade com a colaboração da Caixa Geral de Depósitos.
"O número de estudantes tem vindo a aumentar de ano para ano, inclusive durante a crise sanitária gerada pela pandemia da covid-19. Falar português passou a ser uma vantagem no mundo global atual", explicou.
Rainer Sousa recordou ainda que o sistema escolar venezuelano introduziu "o português nos programas de estudo das próprias escolas e isto permitiu às instituições educativas ampliar o leque de escolhas na área de línguas estrangeiras", o que permitiu atender também um "número considerável" de lusodescendentes.
Por outro lado, explicou que estão a ser distribuídos gratuitamente manuais, dicionários e outros materiais didáticos às escolas e que durante a quarentena preventiva do novo coronavírus o ensino teve de ser feito on-line e que vários podcast e congressos virtuais contribuíram para promover a nossa língua.
"Agora estamos conectados com formadores, académicos, intelectuais e escritores em diferentes pontos do mundo lusófono, permitindo assim que eles conheçam os projetos que desenvolvemos e, ao mesmo tempo, difundir as suas obras e trabalho, não somente na Venezuela, mas também na Hispano-américa e no resto do mundo", através da internet, das redes sociais e no canal da CEPE Venezuela do Youtube.
As celebrações começam este sábado 30 de abril em Caracas, no Colégio San José de Calasanz, de Catia, com um concerto interpretado por Liliana de Faria, uma cantora luso-venezuelana que se tem dedicado a exaltar as raízes portuguesas através da música.
No dia 2 de maio será inaugurada a "Grande Feira da Lusofonia", no Centro de Língua Portuguesa (CLP) da Universidade Pedagógica Experimental Libertador (UPEL), em Maracay.
As celebrações, incluem ainda, a 4 de maio, uma reunião virtual de estudantes do clube de leitura "Ah, que prazer é ler" do Centro de Língua Portuguesa da Universidade Central da Venezuela, para comentar os romances "As intermitências da morte" e "Caim", evento que assinalará também o centenário do nascimento do escritor José Saramago (Prémio Nobel da Literatura em 1998).
Da programação faz parte ainda o lançamento da segunda edição do concurso "Dissertando com Saramago" e atividades culturais no Colégio San José de Cágua.
O Centro de Língua Portuguesa de Maracay, organizará a "III Maratona de Leitura" de obras de autores lusófonos.