Scholz exige esclarecimentos sobre "crimes cometidos pelo exército russo" em Busha
O chanceler alemão, Olaf Scholz, exigiu hoje esclarecimentos sobre os "crimes cometidos pelo exército russo" em Busha, perto de Kiev, cidade tomada por forças ucranianas e onde muitos cadáveres foram descobertos.
"Devemos esclarecer esses crimes cometidos pelo exército russo", disse o chefe do governo alemão, num comunicado divulgado hoje.
De acordo com Olaf Scholz, "os autores desses crimes e os seus patrocinadores devem ser responsabilizados".
O líder do executivo germânico exigiu, em particular, que as organizações internacionais tenham acesso à região para "documentar essas atrocidades".
Os corpos de 57 pessoas foram encontrados numa vala comum em Busha, disse uma das fonte das autoridades da região, ao mostrar o local a uma equipa da AFP.
O líder alemão denunciou "imagens terríveis e horríveis" de Busha, com "ruas cheias de cadáveres" e "corpos sumariamente enterrados".
"Fala-se de mulheres, crianças e idosos entre as vítimas", sublinhou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.