"Todas as ajudas para reconstruir" partido "são bem-vindas"
O antigo líder do CDS-PP Paulo Portas desejou hoje "bom trabalho e eficácia nos resultados" a Nuno Melo na presidência do partido, e considerou que "todas as ajudas para poder reconstruir o CDS como instituição são bem-vindas".
Portas, que presidiu ao CDS-PP durante 16 anos, veio hoje a Guimarães votar nos órgãos nacionais, como tinha anunciado no sábado, o que nunca tinha feito desde que tinha saído da liderança, regressando imediatamente a seguir a Lisboa por "compromissos profissionais".
"Decidi vir aqui hoje de manhã usar o direito de voto por inerência por ter tido esse cargo, nunca o tinha feito antes por imparcialidade, mas achei que eram circunstâncias absolutamente excecionais", afirmou, aludindo ao facto de o CDS ter perdido, pela primeira vez na história, representação parlamentar.
Ladeado de Nuno Melo e de outros dirigentes, como Cecília Meireles, Luís Pedro Mota Soares ou Paulo Núncio, Portas disse querer expressar com o seu voto "confiança e admiração" no eurodeputado por se ter candidato em condições "tão hostis e adversas".
Questionado, por várias vezes, sobre o que significava o regresso do antigo líder Manuel Monteiro aos Congressos do CDS-PP - discursou no sábado - e se se antevia uma reconciliação entre os dois, Paulo Portas nunca disse o nome do antigo presidente centrista.
"O mais importante deste congresso pareceu-me que o CDS deitou contas à vida e não fez ajustes de contas e isso é um primeiro passo bom. Todas as ajudas para poder reconstruir o CDS como instituição são bem-vindas e por isso acho que o primeiro passo foi bom", disse.
Perante a insistência dos jornalistas no tema, elogiou Nuno Melo por ter "um discurso de respeito por todos os passados do CDS".
"E, meu caro amigo, estamos no século XXI em 2022, não estamos no século XX, nos anos 90", afirmou, num aparente 'recado' sobre o discurso de Manuel Monteiro, que liderou o partido entre 1992 e 1998.