Carta de uma mãe
Por ter tido a felicidade do maior privilégio que uma mulher pode ter, o de ser mãe. Saio de casa com os sintomas de que: está na hora da chegada do grande dia.
Aguardo desesperadamente pelo atendimento que demora uma infinidade. Após essa longa e desesperante espera, eis que sigo para o que pensava eu ser o derradeiro momento. Nada! os deficitários serviços de atendimento, pois tive a infelicidade de coincidir em dias festivos onde os profissionais quiçá se (refugiam) entre o serviço em espera e os petiscos e iguarias da época nos convívios familiares que todos nós gostamos, mas que nem sempre podemos acompanhar pelo facto de termos optados por profissões que nos delegam certas responsabilidades como as de serem entregues nas nossas mãos, as vidas de serem humanos. Entro em desespero pela circunstância a que estava passando e a angustia me embarga. Após o início do processo já por natureza própria difícil, ainda mais se complica quando sem saber porque o ato é interrompido, e a angustia torna-se em sufoco. Será que Cristo ressuscitado também sofreu semelhante atrocidade e terei de ser eu a crucificada desta Santa Páscoa? Efetivamente, só ao 3º dia é que consegui sair deste suplício.
Há! mas o caso não termina aqui.
Dada a situação a que as circunstâncias deram azo, o recém-nascido teve que ser levado para cuidados intensivos e eu sem saber o porquê continuava ali num atrofiante e inimaginável desespero, quando mais tarde vim a saber que: forçada a amniótica e o bebé deixado por 48 horas antes da execução da cesariana evacuou dentro do saco amniótico causando-lhe uma inflamação e até pondo em risco a minha vida.
Imagina quão difícil foi carregar esta cruz. E pensar que em parte (por culpa) da morte e ressurreição de Cristo!
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