Medina define como objetivo retirar Portugal dos países mais endividados
O ministro das Finanças, Fernando Medina, insistiu hoje que o Governo irá prosseguir uma estratégia de "contas certas" e comprometeu-se com a meta de retirar Portugal da lista dos países mais endividados.
"Assumimos prosseguir uma política de contas certas pois esta é uma condição essencial para melhorar as condições de vida das famílias e de financiamento das nossas empresas. É por isso que iremos reduzir o défice e dívida pública, num ano de forte crescimento económico e com desemprego em baixa", disse o ministro da Finanças, durante uma intervenção na abertura do segundo dia do debate na generalidade sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
Fernando Medina voltou a defender, à semelhança do que aconteceu na audição na Comissão de Orçamento e Finanças, de que "menos défice e menos dívida são ativos de que o país não se pode dar ao luxo de prescindir", nomeadamente num contexto de maior volatilidade nos mercados de capitais, de perspetivas de subidas de juro e de incerteza quanto às regras orçamentais europeias.
"É por isso que, depois de termos alcançado a maior redução da dívida pública desde a II Guerra Mundial, ambicionamos agora um novo objetivo: retirar Portugal, de forma sustentada e perene, da lista de países mais endividados. Vencer este desafio constitui o maior fator de confiança para o futuro", acrescentou.
O ministro das Finanças argumentou que "este é um tempo de exigência", uma vez que se assiste a "uma guerra às portas da União Europeia", "enfrentamos o crescimento de populismos e radicalismos" e "enfrentamos a inflação que nos ameaça a prosperidade e o bem-estar".
O governante recordou ainda que os custos da energia sobem de forma continuada, com destaque para o gás e para o preço do barril do petróleo, disse, este mais de 50% acima do valor de há um ano.
"Em Portugal, a inflação dos energéticos registou este mês um valor de 26,7%, arrastando o valor mensal para 7,2% de acordo com os dados também hoje conhecidos. Alguns bens centrais da cadeia alimentar aumentaram de preço ou não se produzem na quantidade necessária", sublinhou.
Neste sentido, defendeu que "não há governo ou orçamento no mundo, mesmo os dos países mais poderosos, que consiga por si só eliminar o efeito dos choques energéticos, alimentares e geopolíticos com que estamos confrontados", acreditando que "com as políticas certas, podemos mitigar de forma significativa os seus impactos, protegendo os grupos mais atingidos e prosseguindo o fundamental".