Os encantos de Miami
Miguel Albuquerque foi uns dias em nome das criptomoedas; Rui Barreto tirou uma semana para ir a uma feira de cruzeiros
Boa noite!
Miami é assumidamente o destino preferido dos líderes dos partidos que na Madeira sustentam o poder. Depois de Albuquerque ter ido uns dias afirmar a atractividade da Região no domínio das criptomoedas, Rui Barreto investiu uma semana para participar numa feira de cruzeiros num país onde só se fala inglês, o que é um problema para o governante, a menos que Paula Cabaço tenha servido de tradutora.
Com tanto trabalho por fazer na ilha, isto de dar asas internacionais à imaginação com o dinheiro público tem muito que se lhe diga, mesmo que ao abrigo do sigilo negocial. Mas para o ano seremos bem capazes de ler algures que a retoma em larga escala das operações de cruzeiros no Porto do Funchal tem o dedo americano do secretário da Economia. Convém tomar nota desde já que nestes dias intensos da Seatrade Cruise Global foi dito pelos entendidos mundiais que à medida que o sector vai retomando as operações, espera-se que o volume de passageiros recupere e que, até ao final de 2023, ultrapasse os níveis de 2019, prevendo-se que, até ao final de 2026, o volume de passageiros venha a ultrapassar em 12% os níveis pré-pandémicos. Aliás, foram conhecidas conclusões do inquérito realizado ao consumidor, que demonstra que a apetência pelas viagens de cruzeiro voltou a crescer. De acordo com os dados, 63% dos viajantes ou potenciais viajantes consideram ser "muito provável" ou "provável" virem a fazer uma viagem de cruzeiro nos próximos dois anos. Ou seja, se os navios vierem em força sabe-se bem qual é o motivo.
Nota de rodapé: Enquanto Miami e os arredores americanos – consta que as Sociedades de Desenvolvimento foram a uma feira no Brasil promover o parque Temático de Santana e o Director das Comunidades está em Caracas a promover o Kartódromo do Faial - se afirmam no roteiro ocioso dos governantes madeirenses, quando toda a gente esperava que viessem charters da Florida, o executivo madeirense resolve atribuir hoje dois louvores. Chegamos a acreditar que a legião de assessores, depois de ler o ‘Boa Noite’ de ontem, tivesse sido boa conselheira. Mas não. O título europeu de Henrique Araújo continua a ser ignorado, mantendo-se assim uma confrangedora dualidade de critérios. Se tem dúvidas vá ao Jornal Oficial, que agora é de acesso gratuito e está cheio de resoluções com reconhecimentos imediatos por feitos bem menos vistosos.