Ministro da Defesa alerta para "semanas extremamente difíceis"
O ministro da Defesa da Ucrânia disse hoje que aguarda "semanas extremamente difíceis", depois de o exército russo ter "já reunidas forças para uma grande ofensiva no leste" do país, a prioridade de Moscovo.
"Esperam-nos semanas extremamente difíceis", preveniu o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, através de um comunicado no Facebook, apelando à "resiliência e unidade" dos ucranianos após mais de dois meses de conflito com a Rússia.
"Infelizmente, ainda vamos perder soldados antes de vencer", acrescentou, ao considerar que "haverá mais destruição e mais feridos".
Segundo referiu, o exército russo "já consciente da sua derrota, vai tentar infligir os maiores sofrimentos possíveis" aos soldados ucranianos, a quem exortou para "aguentarem o golpe".
Pouco antes, o exército ucraniano tinha reconhecido um avanço das forças russas no leste do país, com o controlo de diversas localidades na região de Kharkiv e no Donbass.
Em 18 de abril, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou o início da ofensiva russa no leste do país, onde uma parte permanece sob controlo dos separatistas russófonos desde 2014, e que agora constitui o objetivo prioritário de Moscovo.
"A concretização dos acordos [com países estrangeiros], a formação e a deslocação da logística levam um certo tempo", lamentou Reznikov, apesar de se congratular pelo "aumento da ajuda [militar] à Ucrânia".
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que provocou um número de baixas civis e militares ainda por determinar.
A ONU confirmou hoje que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos, mas manteve o alerta para a probabilidade de os números serem consideravelmente superiores.
O conflito, que dura há 63 dias, levou mais de 5,3 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, segundo a ONU.