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Alterações climáticas podem duplicar frequência de grandes ciclones até 2050

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As alterações climáticas podem mais do que duplicar a frequência de ciclones tropicais intensos até 2050, com ventos ainda mais fortes, segundo um estudo publicado hoje.

Realizado por uma equipa internacional de investigadores, o estudo, publicado na revista "Scientific Advances", projeta que as velocidades máximas dos ventos associados aos ciclones fortes poderão aumentar 20%, e destaca que os fenómenos irão "colocar em risco grandes partes do mundo".

Os autores do estudo salientam que países onde os ciclones tropicais são hoje relativamente raros terão um risco acrescido nos próximos anos. Entre esses países está Moçambique, mas também Camboja, Laos e nações insulares do Pacífico, como as ilhas Salomão ou Tonga. China, Japão, Coreia do Sul e Vietname também terão muitos mais milhões de pessoas expostas a ciclones tropicais.

Os ciclones tropicais são dos eventos climáticos extremos mais destrutivos do mundo, mas são relativamente raros, formando-se por ano uma média entre 80 a 100, a maioria sem chegar a terra.

Tendo em conta que há poucos registos históricos globais sobre os ciclones tropicais os autores do estudo divulgado hoje combinaram dados históricos com modelos climáticos globais para gerar milhares de "ciclones tropicais sintéticos", o que pode ajudar a identificar locais mais propensos ao aumento de riscos.

Com a criação de dados em grande quantidade graças aos ciclones gerados por computador, os investigadores projetaram com mais precisão a ocorrência e comportamentos de ciclones tropicais para os próximos anos, tendo em conta as alterações climáticas.

A equipa concluiu que a frequência de ciclones mais intensos, de categoria 3 ou superior, irá duplicar globalmente, enquanto ciclones mais fracos e tempestades tropicais vão tornar-se menos comuns na maior parte das regiões do mundo. A exceção para os ciclones intensos será a baía de Bengala (entre a Índia e a Tailândia), onde segundo os investigadores vai baixar a frequência.

Ivan Haigh, da Universidade de Southampton, Reino Unido, considerou "particularmente preocupantes" os resultados do estudo que indicam que regiões que não eram suscetíveis de sofrer ciclones tropicais passem a sê-lo devido às alterações climáticas.