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Sindicatos pedem medidas contra precariedade de investigadores e docentes do superior

Foto: PAULO CUNHA/LUSA
Foto: PAULO CUNHA/LUSA

A precariedade de investigadores e docentes do ensino superior e a necessidade de rever os mecanismos de progressão de carreira foram alguns dos problemas apontados pelos sindicatos à nova equipa do ministério da Ciência e Ensino Superior.

"São precisas medidas para inverter a tendência crescente de precariedade no Ensino Superior, que atinge 42% dos docentes do ensino superior e uma percentagem ainda mais elevada de investigadores", disse à Lusa a presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), Mariana Gaio Alves.

Esta é uma preocupação antiga do SNESup que foi transmitida à nova equipa ministerial da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) durante a reunião realizada na terça-feira com a nova ministra Elvira Fortunato e com o secretário de estado do Ensino Superior Pedro Teixeira.

"Foi uma reunião inicial de ciclo político para auscultar as principais preocupações que afetam os sindicatos e para receber contributos para resolver os problemas", explicou Mariana Gaio Alves.

No encontro, os representantes do SNESup alertaram ainda para a necessidade de rever os mecanismos de progressão na carreira e a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), "que já deveria ter sido avaliado há mais de uma década".

A falta de regulação do Ensino Superior Privado foi outro dos problemas apontados pelo SNESup na reunião com os responsáveis ministeriais que, segundo a presidente, "tiveram um posicionamento de abertura e diálogo".

Também os dirigentes do Departamento de Ensino Superior e Investigação (DESI) da Fenprof estiveram reunidos com a nova ministra e secretário de Estado, tendo referido a necessidade de se avançar com medidas que deem "resposta a problemas que se arrastam há anos, como os da precariedade ou os que constrangem as normais progressões e promoções nas carreiras, por norma impostos pelo insuficiente financiamento destas áreas".

No final do encontro, o dirigente do DESI, Miguel Viegas, apontou duas questões que a Fenprof considera serem fundamentais: as questões salariais e o combate à precariedade no Ensino Superior e Investigação.

As duas estruturas sindicais aguardam agora o agendamento das primeiras reuniões "mais técnicas" para negociação de aspetos que permitam a melhoria das condições de trabalho dos docentes e investigadores.

O novo Governo, o terceiro chefiado pelo primeiro-ministro António Costa, tomou posse no passado dia 30 de março.