Governo realça importância da prevenção de fogos para alcançar metas ambientais
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, realçou hoje que Portugal só atingirá as metas ambientais que traçou caso consiga reduzir o número de fogos rurais.
"Os fogos rurais têm um conjunto de efeitos muito negativos para toda a sociedade, desde dramas humanos às consequências económicas e sociais, mas também o papel muito prejudicial que têm do ponto de vista ambiental. Nós não vamos conseguir atingir as nossas metas ambientais se não conseguirmos diminuir o número de fogos rurais", disse o ministro, que discursava numa sessão de apresentação do trabalho de prevenção desenvolvido pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), na Lousã, distrito de Coimbra.
Duarte Cordeiro realçou o "papel central" do ICNF na estratégia nacional de prevenção de fogos, considerando que esse trabalho está diretamente relacionado com o sucesso coletivo quer na prevenção de incêndios quer no seu combate.
Para o ministro, é fundamental Portugal diminuir a sua área ardida e, por consequência, aumentar a sua capacidade florestal.
"Não podemos concentrar toda a atenção na diminuição das emissões de gases poluentes, mas também dar atenção à capacidade que o país tem como sumidouro [de carbono, onde a floresta assume uma especial preponderância]", frisou.
Nesse sentido, Duarte Cordeiro considerou que quando se olha para uma árvore não se deve ter apenas em atenção o seu potencial económico, mas também a importância ambiental.
"A árvore é tronco, mas também é copa", notou.
Para mostrar esse trabalho de prevenção, o ministro deslocou-se ao concelho de Góis e ao trabalho de cogestão que o ICNF faz juntamente com baldios locais de um vasto conjunto de terrenos.
No local, pôde ver trabalhos de limpeza de terrenos, criação de aceiros e uma encosta que tinha sido tratada recentemente com recurso a fogo controlado.
Em declarações aos jornalistas, o ministro destacou que o trabalho de prevenção que está a ser feito vai permitir "diminuir o impacto" de futuros incêndios.
No entanto, realçou que esse trabalho exige uma "atenção coletiva", caso contrário não se vai registar os resultados esperados.
Antes, na Lousã, o vogal do ICNF Nuno Sequeira destacou que em 2021 houve um aumento de 75% na execução da rede primária e faixas de interrupção de combustível (7.336 hectares) face a 2021, registando-se também aumentos significativos na criação de mosaicos de gestão de combustível (16 mil hectares), área tratada com fogo controlado (3.942 hectares) e nos caminhos florestais (criados mais 4 mil quilómetros).