Aprovada contabilização de 33 milhões de dívidas “ocultas” da CMF
A Assembleia Municipal do Funchal aprovou, esta tarde, por maioria, os documentos de prestação de contas da CMF relativos a 2021, que incluem uma correcção que acrescenta 33 milhões de euros à dívida, que não estava registada pelo anterior executivo camarário.
A vice-presidente da autarquia, Cristina Pedra, descreveu que, em Outubro passado, no início de funções do actual executivo, as contas registavam um prejuízo de 8 milhões de euros no exercício de 2021, mas que, após a realização de uma auditoria por uma entidade externa, o prejuízo real era de 41 milhões de euros. Isto porque não se encontravam reflectidas nas contas diversas dívidas: 26,4 milhões de euros em facturas à ARM; 1,5 milhões de euros de taxas de recursos hídricos; 480 mil euros de custas judiciais; 737 mil euros de cobertura de prejuízos da empresa FrenteMar Funchal; 1,9 milhões de imparidades de clientes; 1,2 milhões de facturas de serviços e obras do anterior executivo; cerca de 200 mil euros de juros de empréstimos; e cerca de 600 mil euros de apoios sociais que se encontravam por distribuir.
Na discussão das contas, o presidente da CMF, Pedro Calado, voltou a afirmar que “a culpa não vai morrer solteira” no apuramento de responsabilidades pela “ocultação” de valores.
Os documentos de prestação de contas com estas correcções foram aprovados pelos deputados municipais da coligação Funchal Sempre à Frente (PSD e CDS). Os representantes do PS, BE, PCP, BE e MPT votaram contra. O deputado do Chega absteve-se.
Andreia Caetano (PS) declarou que a sua bancada votou contra porque as contas apresentadas pelo actual executivo “não reflectem a realidade”, pois contabilizam dívidas à ARM que ainda estão a ser dirimidas em tribunal.