Madeira

Capital da Cultura? “Anterior executivo pagou 100 mil euros por um mero documento”

Foto André Ferreira/CMF
Foto André Ferreira/CMF

O presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF), Pedro Calado, admitiu, esta manhã, na sessão da Assembleia Municipal, que o projecto de candidatura do Funchal a Capital Europeia da Cultura em 2027 tinha falhas e que “foi elaborado mais para fins eleitorais e muito pouco para fins culturais”.

O autarca descreveu que quando tomou posse, o documento de candidatura  já estava concluído e que o seu executivo “não quis mexer numa virgula no trabalho do anterior executivo”, para evitar ser acusado de desvirtuar o projecto. Pedro Calado observou depois que “o anterior executivo pagou 100 mil euros a uma empresa” por tal documento e que a sua equipa “estranhou que não estava previsto nesse processo a apresentação” da candidatura ao júri. Por isso, a actual vereação foi obrigada “a pagar à parte à empresa” para fazer essa apresentação, bem como a regularizar uma “dívida de 13 mil euros ao júri”.

O resultado final foi o chumbo pelo júri da candidatura do Funchal a Capital Europeia da Cultura 2027 e sobre isso o presidente da Câmara foi cáustico: “Depois de 2 anos de ter sido feita uma grande bandeira com o apoio à cultura, afinal o grande apoio à cultura não passava de um mero documento, elaborado mais para fins eleitorais e muito pouco para fins culturais e o resultado foi aquele que nós vimos”.

Na sequência destas críticas, a ex-vereadora e actual deputada municipal Madalena Nunes (PS) declarou que, apesar da exclusão da candidatura do Funchal, tem “muito orgulho” no projecto, pois permitiu delinear um plano estratégico para a cultura no município num horizonte de 10 anos. “Não considero que tenha havido erros por termos ficado de fora. O município de Oeiras também ficou de fora”, concluiu.