Sistema de ensino estabilizado e que responde a todas as necessidades
Esta é, pelo menos, a visão de Jorge Carvalho, que ‘responde’ às reivindicações ontem apontadas pelo Sindicato dos Professores da Madeira
Para o secretário regional de Educação, Ciência e Tecnologia, na Madeira “temos o corpo docente mais estável do país”, onde cerca de 94% dos professores têm vínculo permanente. Esta foi a tónica deixada por Jorge Carvalho, contrapondo as críticas e reivindicações ontem apontadas pelo Sindicato dos Professores da Madeira.
À margem de uma visita à Escola Básica do 1.º ciclo/PE do Estreito de Câmara de Lobos, numa acção integrada no Programa AaZ - Ler melhor, saber mais, o governante com a pasta da Educação, salientou que, na Madeira, os professores contratados são “residuais”.
Além disso, Jorge Carvalho enfatizou o facto de, na Região, ao contrário do que acontece a nível nacional, estar a decorrer, até 2025, a recuperação total do tempo de serviço, destacando que todos os anos têm vinculado professores.
Docentes lembram problemas que “carecem de resolução urgente”
O Sindicato dos Professores da Madeira esteve hoje, junto à Assembleia Legislativa Regional, onde decorreu a sessão comemorativa do 25 de Abril, numa concentração de docentes, como forma de lembrar aos representantes políticos alguns dos problemas que carecem de resolução urgente.
Sobre a necessidade de rejuvenescimento do corpo docente, o secretário da Educação referiu que o corpo docente madeirense tem, em média, entre os 50 e 55 anos, pelo que, no seu entender, “não estamos a falar de um corpo docente assim tão envelhecido também quanto por vezes de pretende passar essa ideia”.
Jorge Carvalho lembrou que ainda está em curso uma “redução muito significativa” do número de alunos, apontando para menos 10 mil alunos nas escolas da Região, nesta década, razões que contribuem para que aponte que “não se prevê que, nesta década, tenhamos grandes dificuldades em responder às necessidades do sistema”.
Perante a realidade do sistema educativo regional, o secretário da Educação fala num "sistema estabilizado e que responde a todas as necessidades".
Embora reconheça que em alguns grupos disciplinares há alguns constrangimentos na contratação de professores, o governante realça que essas dificuldades são sentidas em casos de substituição, não na contratação inicial, deixando a nota que a formação de professores não é uma responsabilidade da tutela, função que atribui às universidades. "Aquilo que nos compete é ir procurando criar as condições para que, de acordo com as necessidades, irmos vinculando novos professores ao sistema", refere, ainda que não coloque de parte a adopção de medidas específicas para resolver alguns dos problemas, "nomeadamente a possibilidade de professores que não tendo uma formação inicial de professores, mas que já estão no sistema em determinadas áreas, possam depois realizar os seus complementos formativos para dessa forma ficarem profissionalizados e devidamente habilitados para o exercício da função docente", esclareceu.