Saiba o que hoje é notícia
O secretário-geral da ONU, António Guterres, visita hoje Moscovo onde irá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, e com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, deslocação que acontece no contexto da ofensiva russa em curso na Ucrânia.
Após a visita a Moscovo, Guterres irá ser recebido a 28 de abril em Kiev pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A ordem das visitas foi no sábado criticada por Zelensky, que considerou "ilógica" a decisão de Guterres de se deslocar a Moscovo dois dias antes de ir a Kiev. "É errado ir primeiro à Rússia e vir depois à Ucrânia. Não há justiça nem lógica nessa ordem", afirmou.
A viagem de Guterres à Rússia acontece num momento em que o secretário-geral da ONU tem sido alvo de críticas pela sua alegada passividade em tomar medidas concretas para travar a guerra na Ucrânia.
Na semana passada, mais de 200 antigos dirigentes da ONU dirigiram uma carta a António Guterres, com um apelo para que seja mais proativo em relação a esse conflito. Os signatários alertaram que, a menos que Guterres atue de forma mais pessoal para assumir a liderança na tentativa de mediar a paz na Ucrânia, as Nações Unidas arriscam não apenas a irrelevância, mas a sua existência continuada.
A confirmação da visita a Moscovo surgiu na sexta-feira e após um pedido feito na terça-feira passada pelo próprio secretário-geral, que, através de uma carta entregue à Missão Permanente da Federação Russa junto da Organização das Nações Unidas (ONU), pediu para ser recebido por Putin.
"O secretário-geral disse que, neste momento de grande perigo e consequências, gostaria de discutir medidas urgentes para trazer a paz à Ucrânia e o futuro do multilateralismo com base na Carta das Nações Unidas e no direito internacional", disse, após o pedido a Moscovo e a Kiev, o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, observando que tanto a Ucrânia, quanto a Rússia, são membros fundadores das Nações Unidas e "sempre foram fortes apoiantes desta Organização".
Hoje também é notícia:
DESPORTO
O tenista português João Sousa inicia hoje a participação no Estoril Open, ao defrontar o argentino Sebastián Báez, dia em que o austríaco Dominic Thiem e o francês Richard Gasquet também jogam no Clube de Ténis do Estoril.
Após ter assegurado, na segunda-feira, a passagem à segunda ronda de pares, ao lado do uruguaio Pablo Cuevas, o número um nacional e 83.º tenista mundial estreia-se em singulares, no segundo encontro do dia no 'court' central.
Pela frente, o campeão de 2018 do único torneio ATP disputado em Portugal terá o 59.º jogador mundial, de apenas 21 anos, que este ano já chegou à final do torneio de Santiago.
João Sousa entra em campo após Richard Gasquet, o primeiro tenista a erguer o troféu no Clube de Ténis do Estoril (2015), abrir a segunda jornada no 'court' central frente ao norte-americano Tommy Paul, sétimo cabeça de série.
Esse mesmo 'court' vai testemunhar a estreia de Dominic Thiem no Estoril Open, com o austríaco, que já foi número três mundial e venceu o Open dos Estados Unidos em 2020, a defrontar o francês Benjamin Bonzi (58.º).
Numa jornada dedicada a encontros da primeira ronda dos quadros de singulares e pares, também Nuno Borges e Francisco Cabral entram em 'court' para tentar contrariar o favoritismo do croata Ivan Dodig e do norte-americano Austin Krajicek, os terceiros pré-designados nas duplas.
ECONOMIA
O ministro das Finanças, Fernando Medina, estreia-se hoje na Comissão de Orçamento e Finanças, inaugurando as audições prévias sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), que será votado na generalidade esta semana, no parlamento.
Fernando Medina será ouvido hoje às 15:00 pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças sobre a proposta do OE2022, naquela que é a sua primeira audição desde que tomou posse.
À audição do novo ministro das Finanças segue-se a da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, na quarta-feira, pelas 09:00. O debate na generalidade decorre nos dias 28 de abril à tarde e dia 29 no dia todo, culminando com a votação na generalidade do documento.
INTERNACIONAL
Portugal será um dos presentes na reunião que juntará HOJE feira os Estados Unidos e pelo menos outros 20 países, na base militar norte-americana em Ramstein, na Alemanha, para discutir as necessidades de defesa da Ucrânia, informou fonte oficial.
Fonte da Defesa Nacional disse sábado à agência Lusa que "Portugal irá estar presente com uma delegação de alto nível" do ministério, com elementos presencialmente, e a ministra Helena Carreiras participará por videoconferência.
Na sexta-feira, fonte do Pentágono adiantou que neste encontro, promovido por Washington, participará o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, em representação da administração liderada por Joe Biden.
Pelo menos outros 20 países já confirmaram a sua presença, mas são esperados mais participantes, referiu o porta-voz do Departamento de Defesa (Pentágono) dos Estados Unidos. John Kirby adiantou que o Pentágono convidou 40 nações e aguarda ainda mais confirmações.
Algumas das nações convidadas pertencem à NATO, embora a reunião não seja realizada sob a alçada da Aliança Atlântica porque foi decidido que esta organização não irá prestar ajuda militar à Ucrânia, apesar dos seus membros o fazerem individualmente, esclareceu o porta-voz do Pentágono.
Em agenda estará, entre outros assuntos, uma troca de informações sobre a ofensiva russa no leste da Ucrânia. Além disso, os EUA e aliados irão abordar como as Forças Armadas da Ucrânia podem ser modernizadas para que possam enfrentar qualquer desafio, acrescentou.
LUSOFONIA & ÁFRICA
O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, discursa hoje no parlamento sobre as inundações que causaram mais de 430 mortos e destruíram milhares de casas.
Uma semana de fortes chuvas provocou inundações e deslizamentos de terras mortíferos na costa leste da África do Sul.
A maioria das vítimas foi sinalizada na região de Durban, vila portuária de 3,9 milhões de habitantes, epicentro da catástrofe no KwaZulu-Natal (KZN).
As inundações provocaram ainda uma forte destruição, com estradas e pontes caídas, mais de 4.000 casas destruídas, mais de 13.500 danificadas e mais de 600 escolas afetadas.
PAÍS
O Tribunal de Aveiro começa hoje a julgar 20 arguidos, incluindo dois assistentes operacionais da casa mortuária do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, acusados de 32 crimes de recebimento indevido de vantagem.
De acordo com a investigação, pelo menos desde o ano de 2009 até finais do ano de 2015, os dois assistentes operacionais terão aceitado "gratificações que variavam entre os cinco e os cem euros, ofertas de refeições e outras vantagens", aproveitando a proximidade resultante do contacto que mantinham com agentes funerários.
Os outros arguidos são as agências funerárias e os seus representantes legais que estão acusados de crimes de entrega/promessa indevida de vantagem por "darem e prometerem dar aquelas gratificações e dádivas, pretendendo uma maior disponibilidade dos assistentes operacionais para um tratamento mais célere e resolução de questões funcionais, projetando uma imagem de maior eficiência junto da clientela".
Um dos dois assistentes operacionais da Casa Mortuária responde ainda por um crime de corrupção passiva e um crime de falsificação de documento agravado por "ter recebido e preparado para as exéquias fúnebres, o cadáver de uma pessoa que não falecera naquele hospital", mediante a promessa de vantagem patrimonial.
O agente funerário e a empresa envolvida neste caso respondem por um crime de corrupção ativa.
SOCIEDADE
O início da instrução do processo BES/GES está agendado para hoje, no Campus da Justiça, em Lisboa, após ter sido adiado por duas vezes, devido a problemas de saúde do juiz Ivo Rosa.
Deverão ser ouvidas quatro testemunhas arroladas pelo arguido João Pereira, entre as quais o ex-banqueiro José Maria Ricciardi.
O processo conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes.
O mais mediático arguido deste caso é o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES) Ricardo Salgado, acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa (um), burla qualificada (29), corrupção ativa (12), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (nove), infidelidade (cinco) e manipulação de mercado (dois).
Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo, em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.