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A liga dos últimos

Escrevo depois de ter terminado a I Feira do Livro de Santa Cruz. Um evento com sucesso assinalável, eclético, de qualidade. Um evento que foi ao encontro de diversos públicos e que, sobretudo, realizou em pleno aquela que é a nossa missão, que é a de ir ao encontro da comunidade e das nossas escolas, de criar um plano cultural sustentado e alicerçado em premissas sólidas e capazes de criar dinâmicas culturais que fazem a ponte entre a tradição e a contemporaneidade.

Tem sido esta a nossa marca em tudo o que fazemos. Uma marca sólida, comprometida com as nossas raízes e as constantes necessidades da população.

Daí que seja risível que a Liga dos Últimos, ainda não convencida do seu lugar na tabela classificativa do escrutínio popular, salte para a praça pública a reclamar paternidades, a reclamar história e a reclamar que deveríamos ter continuado a contar uma feira do livro que, segundo eles, teve uma edição em 2001, outra em 2010. Portanto, segundo aquelas cabeças, uma feira em 2022 deveria ser a terceira edição desta sucessão falhada de tentativas de coerência e assiduidade.

Não, esta feira não teve paralelo com nada que se realizou antes, sobretudo quando esse antes não se afirmou como uma iniciativa sólida.

Mas este não é um problema que se resuma à feira do livro. A Liga dos Últimos reclama outros sucessos que efetivamente não teve nos programas sociais, no investimento, na recuperação de áreas essenciais como a água, o saneamento, a eficiência energética, a reabilitação urbana. Tudo o que se está a fazer agora não é continuidade de coisa alguma que essa gente tenha feito antes. É um novo paradigma e uma nova forma de olhar para Santa Cruz.

A única coisa de que, eventualmente, se poderiam queixar era de não terem sido convidados a contar estórias na feira, porque realmente são muito maus com a realidade, e o povo mudou à conta disso, mas são muito bons a criar mundos ficcionais e fantasiosos. A fantasia desta gente dava realmente um livro.