Madeira

Rui Abreu quer solução urgente para lesados do BES

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“É inadmissível que passados mais de sete anos, o Governo da República ainda não tenha uma solução para estas pessoas que, hoje, já sabemos, foram lesadas de forma premeditada”, afirmou Rui Abreu, num encontro, em Caracas com a Associação dos Lesados Emigrantes da Venezuela e da África do Sul - ALEV.

O director regional das Comunidades e Cooperação Externa ouviu as preocupações da ALEPV, que representa os lesados da Venezuela e da África do Sul, e manifestou a Sara Freitas, presidente desta associação, toda a solidariedade e todo o empenho do Governo Regional.

“Estas pessoas perderam as poupanças de uma vida, e algumas estão a viver situações dramáticas. Precisam de respostas. De uma solução”, disse Rui Abreu, no final do encontro, acrescentando: “É inadmissível que passados mais de sete anos, ainda não haja uma solução para estas pessoas que, hoje, já sabemos, foram lesadas de forma premeditada”, afirmou.

A justiça, lembra, já reconheceu o estatuto de vítimas ao grupo de lesados, o que vem legitimar ainda mais as suas reivindicações. “Trabalharam toda uma vida e foram enganadas, e o Governo da República não pode continuar a ignorar esta situação”, afirmou Rui Abreu.

O último desenvolvimento aconteceu a 17 de Dezembro do ano passado, numa dupla reunião que juntou representantes do Ministério das Finanças, do Banco de Portugal, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e representantes da Associação de Defesa dos Clientes Bancários (ABESD), da Associação dos Lesados do Banif (ALBOA), e da ALEV. “A partir daí, mais nada", protesta.

 Sara Freiras entregou a Rui Abreu uma carta dirigida ao primeiro-ministro António Costa, onde são recordados os passos que têm sido dados.

“Como é do conhecimento do Governo, a grande maioria dos lesados, que irão participar neste fundo [de recuperação de créditos], são emigrantes portugueses que residem e trabalham em países como a Venezuela e África do Sul e vivem por isso situações dramáticas, devido às graves crises económicas e sociais, que assolam esses mesmos países” lê-se na carta que destaca o “drama de milhares de famílias” que ficaram sem as poupanças de uma vida de trabalho.

A ALEV  lamenta a distinção que tem sido feita entre os residentes em território continental, e os que vivem na Diáspora.

“Apesar deste grupo de lesados, residir em contextos muito mais adversos, que os outros grupos de lesados que já tiveram uma solução e residiam na sua maioria em Portugal, consideramos, que não devem haver portugueses de primeira e portugueses de segunda, pedindo assim, que o tratamento que nos venha a ser concedido pelo Governo, seja igualitário e equitativo, de acordo com o consagrado no artigo 13º da Constituição da Republica Portuguesa.”