Guterres e Erdogan reafirmam necessidade de acesso a corredores humanitários
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, encontrou-se hoje com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara, onde reafirmaram a necessidade urgente de acesso efetivo a corredores humanitários para evacuar civis na Ucrânia.
Em comunicado, a ONU informou que Guterres aproveitou o encontro com Erdogan para expressar o seu apoio aos esforços diplomáticos em andamento por parte da Turquia em relação à guerra na Ucrânia, com ambos a reforçarem que o "seu objetivo comum é acabar com a guerra o mais rápido possível e criar condições para acabar com o sofrimento dos civis".
"Eles enfatizaram a necessidade urgente de acesso efetivo através de corredores humanitários para evacuar civis e fornecer assistência muito necessária às comunidades afetadas. O Presidente e o secretário-geral concordaram em manter contacto para acompanhar as iniciativas em andamento", diz a nota.
Ainda no encontro em Ancara, capital da Turquia, Guterres e Erdogan discutiram ainda o impacto da guerra da Rússia na Ucrânia em questões regionais e globais, incluindo em setores como energia, alimentos e finanças.
Após esta deslocação à Turquia, país que tem assumido a mediação do conflito, António Guterres visitará Moscovo, na Federação Russa, na terça-feira, onde irá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Guterres vai ter uma reunião de trabalho e um almoço com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e será recebido pelo Presidente, Vladimir Putin.
Ainda esta semana, o ex-primeiro-ministro português irá também à Ucrânia. No encontro marcado para quinta-feira prevê-se uma reunião de trabalho com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, e com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).