“Não nos podemos conformar com o país que temos”
José Manuel Rodrigues pede mais intervenção dos governos
A Assembleia Legislativa da Madeira assinalou esta manhã os 48 anos da revolução do 25 de Abril. José Manuel Rodrigues considerou que o Mundo “não voltará a ser o mesmo depois da pandemia e depois desta guerra na Ucrânia”, que “a relação entre a Europa e os Estados Unidos ganhou um novo impulso” e que a NATO viu reforçada, claramente, “a sua importância no contexto mundial”.
No entanto, fez questão de realçar que a economia mundial sai abalada e a globalização vai, por agora, sofrer um impasse significativo, com danos no comércio mundial e na redução da pobreza no mundo. Impactos que vão chegar, como já chegam, às regiões autónomas.
“E estamos já num período de estagflação, com paralisia económica e inflação galopante, com elevados danos nos investimentos e rendimentos das famílias e das empresas. É neste enquadramento de imensas dificuldades que assistimos, também, a um retrocesso da Democracia e a um avanço das ditaduras, ou de regimes limitadores das liberdades”.
José Manuel Rodrigues disse que, nestes 50 anos, demos passos gigantescos nos domínios da Saúde, da Educação e da satisfação das condições básicas de vida da população, “mas subsistem graves assimetrias de desenvolvimento e enormes desigualdades sociais, que precisam de ser esbatidas e corrigidas”.
“Um Portugal que asfixia a sua classe média com impostos; que paga salários insuficientes à maioria dos seus trabalhadores; que só tem para oferecer aos seus jovens trabalho precário; que atribui pensões muito baixas aos seus mais velhos, é um país que precisa de repensar o seu modelo de desenvolvimento”, consubstanciou.
O presidente da ALM considerou também que, quase meio século depois do 25 de abril, podemos festejar a Democracia, "mas não nos podemos conformar com o país que temos, e muito menos nos podemos resignar perante a dura realidade que enfrentam muitos dos nossos concidadãos".