Rio defende que não se travam extremismos com "absurdos cordões sanitários", mas com reformas
O presidente do PSD defendeu hoje que a solução para travar o crescimento dos extremismos não é "absurdos cordões sanitários", mas "ter o rasgo de fazer diferente" e reformar "sem cobardia nem hipocrisia".
"A solução está em nós próprios. A solução está em enfrentar a realidade sem cobardia nem hipocrisia. Está em reformar, ou diria melhor, em romper com o que há muito está enquistado e ao serviço de interesses setoriais ou de grupo", defendeu Rui Rio, naquela que deverá ser a sua última intervenção numa sessão solene do 25 de Abril, já que deixará a liderança do PSD no início de julho.
O presidente do PSD defendeu que o discurso no 25 de Abril deve ser um momento de autocrítica e não apenas de "afirmações laudatórias.
"Se é justo responsabilizar a política porque ela não tem tido a coragem de fazer as reformas estruturais que o desenvolvimento do país reclama, a verdade é que a maioria do eleitorado também valoriza muito mais a promessa fácil da benesse imediata do que a realização das reformas que preparam o seu futuro", apontou.
Para Rui Rio, esta contradição "entre a necessidade dos votos para ganhar as eleições e a necessidade de responder à evolução da sociedade" é hoje mais evidente e mais preocupante.
"Ela é uma das principais razões para o descrédito em que a vida pública tem caído, porque o eleitorado que hoje escolhe o caminho mais fácil, é o povo que amanhã se queixará da ineficácia da governação que escolheu", disse, considerando que descontentamento é o principal suporto de novas forças extremistas, "que, com a sua tradicional demagogia, procuram saciar os impulsos emotivos de quem está mais fragilizado".